domingo, 27 de dezembro de 2009

O BICHO-PAPÃO

Um dia lá está você, satisfeita com aquele seu casinho, na certeza e segurança de que não vai dar em nada, quando uma amiga vem e diz:

- Tá saindo com alguém?
- É... não.
- Um amigo meu quer te conhecer.
- Huum... Como assim?
- Te viu no Orkut.

E então a amiga faz toda uma propaganda do carinha, você vê o perfil do dito-cujo... e começa a ficar interessada. Vai, conhece o cara, gosta do que vê, bate papo a semana toda, morrendo de vontade de encontrá-lo de novo, à sós. Ele te leva pra jantar, é do tipo que abre a porta e paga a conta. Ainda por cima vem todo arrumado e cheiroso. E é alto. E atlético. E inteligente, culto, viajado, tem bom gosto, bom emprego. E o papo é bom, daqueles que te fazem ficar com vontade de passar a noite em claro, trocando idéias. Ôpa, mas aí teria algo errado, certo? Então você passa a imaginar se o moço beija bem. Ou será que, se beijar, vira... sapo?

Eis que, obviamente, ele beija bem. Tão bem que fica difícil dizer boa noite! Mas, com o boa noite, vem planos para o fim de semana... inteiro. E, enquanto não chega o fim de semana, trocam mensagenzinhas de bom dia, ligações de boa noite, músicas e vídeos favoritos... e, claro, informações sobre os relacionamentos anteriores.

- Mas quanto tempo faz que vocês terminaram?
- Mais de um ano. E você?
- Uns cinco. Namorei depois, mas coisa de meses. E você? Superou?

A pergunta te atinge em cheio. Você para pra pensar: "Digo que sim e corro o risco de ele me jogar na cara, caso eu descubra que não era verdade e não estou pronta ainda?" "Saio correndo, dizendo que prefiro ficar sozinha e tenho medo de magoá-lo, pra não assumir tanta responsabilidade?"

- Olha, sabe que não tinha parado pra pensar nisso?! Imagino que quase 100%. Você? ("é no MSN, ele não tá vendo a minha cara mesmo!")
- Bom, na verdade, eu fui casado.
- Casado?! Putz! (você se sente traída. Onde já se viu omitir isso até então?!)
- É, mas fui eu quem terminou. E não voltaria de jeito nenhum!
- É que eu... tenho trauma. (você, mulher de mais de trinta, tem a sensação de já ter visto esse filme antes e só pensa em sair correndo!)
- Tá tudo certo, faz tanto tempo!
(Você não diz, mas pensa: "Ok, se não arriscar, nunca vou saber!" "E ele parece o cara perfeito pra eu me apaixonar de novo!")

O fim de semana parece saído de um filme. Sim, do tipo comédia romântica de domingo à tarde mesmo! Afinidades, humor, carinho, química... E, então, na segunda-feira, a Bela Adormecida acorda e... Puff! Tudo diferente. Ela, com a certeza de que dias melhores virão, com a esperança de ter encontrado um cara legal. Ele, dizendo que não está a fim de um relacionamento, apela até pra típica "não é você, sou eu!". ("Hãm?!")

A pobre da sua terapeuta diz algo do tipo: "ele é o tipo conquistador; a gente não pode demonstrar que tá a fim!" ("pô, até terapeuta diz isso?!"); "é medo!".

Medo? De que um cara de trinta e tantos tem medo? Do Bicho-Papão?! Ha! Pois, pra mim, um cara desses soa como o próprio "bicho papão". Papou, já era! Mas, se queria só comer, por que não disse antes?! Muito mais simples!

Cá entre nós? Assombração por assombração, prefiro continuar com o velho e conhecido fantasma!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Leoa X A Galinha
















_ Pensa que eu não sei que você é uma predadora?

_ Hein?!

_ Sim, senhora!

_ Defina "predadora".

_ A predadora é aquela que caça porque tem fome.

_ Huuum... sei não.

_ Você sai, escolhe sua presa, a seduz e a devora.

_ Tá me chamando de galinha?! Promíscua...?

_ De forma alguma. Uma coisa é bem diferente da outra.

_ Então qual seria a diferença entre uma predadora e uma galinha?

_ A predadora, como disse, caça porque tem fome. A galinha dá pra qualquer um. A predadora escolhe, seleciona. Ela gosta de sexo. A galinha, não. A galinha gosta de carros, de dinheiro. Uma predadora jamais daria pra um cara por causa do carro que ele tem ou pelo que ele poderia proporcioná-la (além dos orgasmos múltiplos, é claro!).

_ Ok, gostei disso, de certa forma. Pelo menos você não veio com aquele papo de que quem gosta de pau é viado e que mulher gosta mesmo é de dinheiro. (risos)

_ Tem muita mulher que não gosta de sexo por aí!

_ Fico ofendida com generalizações desse tipo, embora saiba ser verdade.

_ Nunca disse que fosse o seu caso. Como disse, você é predadora.

_ Falando assim, me soa como elogio...

_ O que difere é o sujeito da ação. Uma predadora escolhe, uma galinha é escolhida. A predadora escolhe sua presa, a galinha vira a vítima.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Longo e fino ou curto e grosso?

Longo e fino ou curto e grosso? Pensou naquilo, né? É, mas hoje nós vamos falar de cabelo, não do que você pensou. O que pode (ou não) levar a aquilo, claro. Tanto em matéria de pau quanto de cabelo, tamanho é documento? Seria só mito ou os homens realmente tem uma preferência por cabelão? Mais que isso: cabelão comprido, liso e loiro?

Eu sempre observo muito as pessoas. E uma das coisas que mais me frustram é quando, de repente, olho ao redor num evento social ou numa balada e percebo que tá todo mundo igualzinho. Roupa parecida, maquiagem, acessórios e até cabelo. Você olha alguma menina de costas e pode facilmente confundí-la com outra.

Então a gente acha que a preferência masculina é pelo cabelão liso e loiro e, como queremos agradar, nos sentir sexy e desejadas, um monte de mulher acaba não gostando do cabelo que tem e não o assume, apelando pra chapinha, progressiva, tintura e tantos outros recursos. É legal mudar, ter opção, mas é legal ficar escrava de um padrão ditado pela mídia? Já paramos pra pensar no que nos faz preferir uma coisa à outra?

Eu tive um desses cinco minutos de bobeira na sexta feira passada e resolvi cortar as pontinhas do cabelo, que estava deixando crescer, no salão onde fazia as unhas. Era bem mais barato, eu tava alí mesmo... Resultado: a cabeleireira acabou com as minhas camadas (traduzindo: meu cabelo) e o barato saiu caro, óbvio! Tive que correr pra cabeleireira de sempre, morta de vergonha, me desculpar pela traição, pagar uma fortuna e... optar por um curtinho.

Sempre adorei um curtinho. E, quanto mais cara de maluquinho e moderninho ele tiver, melhor. Então, um lado meu me achava linda, moderna, rejuvenescida, com aquele ar sapeca. O outro ainda se preocupava com o que os outros iriam pensar. Principalmente a ala masculina, claro. Pois pra minha surpresa, os meninos elogiaram muito! Tive atenção especial de alguns que nunca nem tinham me notado antes. E lembram daquele que falou que eu não me cuidava (do cabelo, inclusive)? Foi o primeiro a dizer que fiquei linda. E eu achando que ele preferisse as Barbies! (Aliás, uma Barbie de pixie hair seria tuuudo!)

Pra concluir, se você gosta do curto, seja fino ou grosso, o problema e a opção são seus e ninguém tem nada a ver com isso, não é? Tamanho não é documento. Crie coragem e vá em frente! 'Bora ser original, criativa, ousada e assertiva! E palmas para os meninos que saibam apreciar as diferentes. Só uma coisa: faça bem feito. Ou seja, escolha um bom profissional. Tenho uma teoria: mulher, depois dos 30, precisa ter bom ginecologista, bom dermatologista e bom cabeleireiro. Agora aprenda (de preferência com o erro alheio): se tiver, não troque! Economize na manicure, na podóloga, na massagem, no jeans, whatever. Nunca nesses três!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Eu piquei a vara no pelo"

Hoje vamos falar da temida, a odiada, a acusada de ser desmancha-prazeres: a camisinha. Noutro dia eu xeretava um blog alheio que tinha um post sobre a etiqueta do sexo casual. O conteúdo do post mencionava levar ou não a pessoa pra sua casa, constrangimentos de se estar bêbado demais pra que rolasse alguma coisa, o pavor de descobrir que a pessoa trabalha na mesma empresa que você ou é amiga de algum conhecido, tomar ou não banho ou café da manhã no dia seguinte... todas essas coisas que, com um pouco de educação, feeling e jogo de cintura são resolvidas. O post em nenhum momento citou a camisinha. Será que é porque é mais que óbvio que, se é sexo casual, todo mundo vai usar? Prefiro acreditar que sim, embora casos acontecidos com amigos e até comigo mesma me digam que nem sempre é assim.

Imagine a situação: você está na balada, encontra um cara maravilhoso ou uma deusa, rola a maior química, a maior pegação e vocês acabam no motel, num cantinho da balada, na casa de um dos dois, no carro... o lugar não interessa. Desde que vocês possam dar vazão a todo esse desejo. E então vocês vão tirando a roupa, chegando mais perto e... nenhum dos dois fala da camisinha. A menina, muitas vezes, fica se perguntando se o carinha não vai dizer nada e então resolve ficar quieta por ter vergonha de pedir para o moço colocar a camisinha. Quando vêem, já foi. Ainda mais se tiver um teor alcólico mais ou menos alto envolvido em tanto envolvimento repentino.

Outra situação comum: você conheceu alguém há um tempo, estão saindo, ele ou ela é uma delícia, a coisa vai esquentando cada vez que vocês se encontram, até que um dia surge a oportunidade de ficarem mais "à vontade". Pode ser um filminho na casa de um, um vinhozinho na casa de outro, mas as intenções estão na cara. Pois eu fico de cara ao perceber que, até em situações assim, em que as pessoas já tem tudo mais ou menos premeditado, elas conseguem se esquecer da camisinha! Será que devo colocar esquecer entre aspas nesse caso?! Pois tem vezes em que eu acho que esse "esquecimento" é conveniente pra alguns. Preferido para outros.

No primeiro caso, havia uma menina com vergonha de pedir para que o cara colocasse a camisinha. Digamos que a mocinha do segundo fosse mais prevenida e tivesse algumas com ela. Pois talvez ela tivesse que ter um estoque: mais fininha para os que reclamam que camisinha não os deixa sentir muita coisa ou faz com que demorem muito pra gozar, reforçada para os que tem pegada forte, lubrificada para dar uma mãozinha pra ela se o moço se esquecer das preliminares, com textura pra dar um barato a mais, as que prometem esquentar e fazer pegar fogo (algumas, como o KY com a mesma finalidade, ardem, são muito desagradáveis e podem te fazer ter que levantar pra tomar banho, viu?), e as extra large. Eu acho que, na maioria dos casos, dá pra se remediar o fato de a camisinha não ser customizada com preliminares sob medida (coisa meio rara, mas possível).

O que não dá pra remediar é quando, pra sua surpresa, o cara tira a roupa e você vê um pau lindo, grande e grosso na sua frente. E percebe que as camisinhas todas que você tem com você subestimaram o potencial do moço bonito. Acha que vai rolar alguma coisa com a camisinha apertando? O que pode acabar rolando é uma trombose. Ou tudo aquilo ir abaixo. Meninos de pau grande, a gente tem que avisar que vocês, mais que qualquer mortal, tem que ter as próprias camisinhas?! Uma menina pode comprar camisinhas e sempre carregar a sua, mas a gente não tem pau, pô! Nem visão de raio x.

Tem mesmo uma tonelada de paus que perdem o tesão na hora em que vêem uma camisinha vindo em sua direção. O que fazer numa hora dessas? Ceder ao sexo sem camisinha? Tipo, você olha pra cara do menino pra ver se ele é limpinho, faz um blow job de olhos bem abertos, inspecionando, e manda ver?

Meninas, vocês vão perceber quando um cara usa camisinha e quando não costuma usar. A ala masculina talvez me odeie por isso, mas vou escancarar. Perdeu a ereção quando viu a camisinha, mau sinal. Se vocês estão no amasso e ele mesmo pega a camisinha e já deixa por perto, parabéns pra ele. Se vocês estão sem roupa, quase lá e ele ainda nem pegou a dele e nem perguntou se você tem uma, é porque está te testando pra ver se você vai topar sem. Se você der a camisinha para o cara e ele não se mostrar muito habilidoso para colocá-la, ou é porque ele namorou muito tempo e sempre transou sem, ou porque ele mesmo não namorando sempre transou sem.

Caríssimos e caríssimas, quem ainda opta por transar sem camisinha em qualquer das situações acima e em muitas outras, resumidamente, não tem amor à própria vida. Não tem respeito pelo próprio corpo, nem pelo outro. Não tem medo das consequências e nem responsabilidade. A pílula nos livra da gravidez, que é de longe o menor dos problemas que podem surgir do sexo sem proteção. Quem nunca bebeu dessa água que atire a primeira pedra, claro. Mas quem continua vivendo assim é porque nunca teve amigos lindos contaminados pelo HIV - que hoje em dia nem mata mais, mas já imaginaram ter que transar de camisinha para o resto da vida? - sim, porque mesmo que seu parceiro também seja soropositivo, as taxas virais são diferentes. Quem transa sem camisinha nunca passou a noite sem dormir se perguntando porque ligaram do laboratório pedindo para que o exame de sangue fosse repetido porque deu alteração (isso é até comum, mas pra quem tem a pulga atrás da orelha faz um estrago...). Nunca descobriu que tinha HPV ao fazer exames pré-natais. Esquece que existem muitos outros tipos de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), dentre elas o mencionado HPV (que, como a maioria das DSTs, aparece mais nas mulheres que nos homens, que a levam de parceira em parceira sem nem se saberem portadores) e a hepatite, que também pode matar.

Se você ficou com medo, ótimo! Prometa-se nunca mais transar sem camisinha se não for com seu parceiro fixo que, com alguma sorte, é fiel. Se for mulher, os argumentos acima devem tê-la convencido a deixar a vergonha de lado e a ter consigo ao menos três tipos diferentes de camisinha. Se for homem, lembre-se do fato de as mulheres estarem ficando melhor informadas e mais assertivas e passe a considerar a hipótese de simplesmente não rolar sem.

Ofereça-se para colocar: pode rasgar a embalagem com o dente, sim (e quem consegue com os dedos?!), mas com cuidado para pegar a borda e não a camisinha. Ao segurá-la entre o dedo indicador e o polegar, deslize os dois dedos para ver de que lado ela desenrola. Assopre a ponta da camisinha para o lado contrário e segure-a entre o polegar e o indicador da mão esquerda (deixando esse espacinho de reservatório) enquanto desenrola a camisinha até a base do pênis com a outra mão. Certifique-se de tê-la desenrolado até a base e de que ela não esteja muito frouxa (se é do tamanho certo).

Em tempo: camisinha tem hora certa pra colocar e pra tirar. Enquanto estão nos amassos, é importante lembrar que só ficarem se esfregando sem camisinha já os coloca em contato com os fluidos corporais um do outro. E já pode abrir as portas para muitas doenças. Não vá entrar numas de entrar primeiro e colocar a camisinha depois, ok? Aquilo naquilo? Só com camisinha. Igualmente importante: depois de o cara ter gozado, por mais gostosinho que seja ficarem abraçadinhos, peça para ele tirar o pênis antes que perca a ereção, segurando a camisinha pela base do pênis, para que ela não saia em você. Já ouviu algum caso de amiga reclamando de camisinha que ficou presa? O motivo costuma ser esse. Não adianta muito usar camisinha e depois ficar tudo alí, certo? Sem falar no constrangimento para algumas.

Estão sem camisinha e resolveram não transar? Parabéns! Nem por isso precisa ficar um climão. Aproveitem pra fazer outras coisas (e não estou falando de ver a novela das 8) e se conhecerem melhor. Segundo minha ginecologista, sexo oral sem camisinha ainda dá pra fazer. Eu prefiro acreditar nela. Já experimentou fazer com? Chupar bala com papel é uma delícia comparado ao gosto do látex e do lubrificante! E não adianta tentar com sabor. Sexo oral com gosto e cheiro de camisinha, sim, te priva de muitas coisas.

Falando em privação, se você resolveu ser mais um dos que se privam do sexo na falta de camisinha, pense estar se privando dos problemas, das dores de cabeça, do frio na barriga antes de abrir o exame. E vá ser feliz. Com responsabilidade.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

To be or not too be...autiful?

Resolvi utilizar uma das coisas mais legais dentre as vantagens da tecnologia: blogar diretamente do celular. Que outra coisa fazer enquanto estou num ônibus, além de ouvir meu iPod, ler, observar as pessoas na rua e conversar com amigos no MSN, certo? Acabei de ler um artigo na Vida Simples - uma revista bacanérrima que nos ajuda a valorizar as coisas realmente importantes da vida - e resolvi comentar um pouco sobre o artigo porque ele tem a ver com uma conversa que tive com um ex ficante, que ainda tá entalada faz uns dias.

O artigo fala sobre a supervalorização de uma beleza inatingível em campanhas publicitárias, o que contribuiria para que mulheres de beleza comum não se sentissem atraentes. Segundo o artigo, uma marca resolveu fazer uma pesquisa sobre a beleza real (imagino que tenha sido o Dove) e surpreendentemente constatou que apenas 2% das mulheres entrevistadas se consideravam bonitas e só 9% se sentiam atraentes. Fiquei chocada! Isso imediatamente me remeteu à tal conversa.

Pois eu tinha ficado com o tal cara algumas vezes há alguns meses. Não nos falávamos há um tempo e, numa conversa de MSN, caí na besteira de sugerir de nos vermos. Ele soltou um "olha, não sou a fim, não". E, dada sua sinceridade tão direta, fiz pior: resolvi perguntar o porque de não termos saído mais. E o cara então me falou que gostava de outro tipo de mulher. Obviamente, fui ficando intrigada com o lance da sinceridade, coisa muitas vezes rara num sujeito. Dei corda pra ver até onde ia, achando que eu pudesse ter alguma vantagem nisso. "É mesmo? E que tipo te atrai?" "Ah, mulher que se cuida mais: que coloca peito e tal" "... roupa, cabelo... " "Hum... não coloco peito porque gosto dos meus assim pequenos. Mas você acha que eu não cuido dos cabelos?" "Acho". E então eu fiquei realmente intrigada com isso. Mas resolvi que tal quantidade de informação e sinceridade numa conversa de tão poucas linhas já tinham me dado material suficiente pra várias sessões de terapia e vários posts no blog, conversas de boteco com a mulherada e, se eu não tivesse com a auto-estima em dia, noites de choro talvez. Agradeci o dito-cujo e liguei pra um menino mais legal pra perguntar se ele tinha a mesma impressão a meu respeito. Esse meu amigo disse que era o tipo de conversa que poderia destruir uma pessoa.

Eu pensei no assunto por uns dias. O cara nem tem tanta culpa por soar como um imbecil para alguns. Admirei sua sinceridade. Mesmo meu amigo tendo achado tratar-se simplesmente de um jeito mega cruel de dizer "simplesmente não tô a fim de você". O problema do carinha é que ele é desses que acreditam ser um produto, como já dito em outros posts (a última bolacha do pacote, pelo jeito!). Como tal, cuida muito da embalagem e acha que só isso já aumenta seu valor no mercado. Normal ele ter preferência pelas últimas tendências de vendas: as alisadas, bombadas, siliconadas, aspiradas, plastificadas.

Pois é óbvio que eu prefiro ser eu mesma e que estou entre os 2% que se acham bonitas como são e os 9% que se sentem atraentes, sexy e tudo mais que tenho direito. Porque eu tenho sim o direito de ser feliz e amada como sou. Sem deixar de me cuidar. Mas que esse cuidado vá além de uma embalagem externa. E que o conteúdo se mostre mais valioso. E valorizado, por favor.

"I am beautiful, no matter what they say
Words can't bring me down
I am beautiful in every single way
Yes, words can't bring me down, oh no
So don't you bring me down today"
(Christina Aguilera)

Falando em real beleza, dêem uma olhada nestas fotos: http://yossef.carbonmade.com/projects/2040082

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Amigo-ex e ex-amigo

Quando eu digo que sou amiga de ex, alguns amigos franzem a testa e me olham com aquela cara de "Tá louca?! Pra quê?!" Outros dão risada e dizem: "Impossível! Deve haver algo entre vocês ainda!" e pensam que a gente se cate de vez em quando. Tem gente que acha interessante e pergunta como é possível, finalizando com um comentário do tipo: "Eu bem que gostaria, mas ainda não cheguei a esse grau de evolução". Poucos tem relacionamentos saudáveis com os ex. E então? É mesmo possível ser amigo de ex?

Eu sempre acreditei que sim. Uma das pessoas mais importantes na minha vida era namorado e é hoje um grande amigo meu. Ele é considerado "família". Sempre nos falamos, temos amigos em comum com quem saímos. Também damos conselhos um pro outro, por termos liberdade para tal e nos conhecermos como ninguém. E isso faz um bem danado! Ver que o amor continua intacto, apesar de suas transformações, me faz sentir mais forte, mais madura. Duas pessoas se conhecem, se atraem, desenvolvem carinho, respeito e admiração uma pela outra. Começam a namorar. Vem outros sentimentos: muitas vezes amor, amizade... o carinho aumenta. Um dia elas começam a se desentender ou a perceber que o que parecia promissor passa a mostrar sinais de que nem tudo são flores e, perante as diferenças ou desavenças, podem escolher não seguir juntas o mesmo caminho. Mas isso significa que não possam mais se encontrar ao longo dele? Nem pra botar o papo em dia? Nem pra um café ou temaki? Nem numa festa com amigos em comum? Nem num chat na Internet?

Talvez eu deva dizer que sempre tivesse sido amiga dos ex. Pensando um pouco mais no assunto, eu percebo que alguns se perderam mesmo pelo caminho. Ou porque não tínhamos muita afinidade, ou porque a vida mudou e nos distanciou. Uns dizem um oi de vez em quando mas não nos encontramos mais; tem aqueles que é bom saber que não tem mágoa, mas que não fazem tanta falta; os que reencontro depois de um tempo, colocando uma pedra sobre o que passou e seguindo em frente. No entanto, eu tristemente constato que alguns escolheram deixar de falar comigo. Ou por terem ficado profundamente magoados com o jeito como as coisas terminaram ou, às vezes, nem sei exatamente o porquê.

Há que se reconhecer que término de namoro é triste pra todo mundo. Pra quem foi deixado e até pra quem deixa. Aquele que foi deixado, quando ainda gosta, tenta se reaproximar, tenta voltar, sofre. Quem deixou, por outro lado, pode se sentir responsável por toda a dor, desconcertado com as vontades sem reciprocidade. Pode não querer conviver com a culpa. Pode ficar sufocado com o amor não solicitado. É compreensível que, ao menos de início, os dois precisem de um tempo afastados. Pra reaprenderem a lidar com o espaço na agenda e o vazio, a conviver com a saudade do que não vai voltar, pra curarem o coração partido, pra fazerem um balanço geral das perdas e ganhos sem julgar ou culpar o outro. Pra amadurecer na dor. Mas esse tempo precisa durar pra sempre?

Mesmo nos casos em que há mágoa ou raiva, tem de ser eterna? Há quem diga que ficar perto de um ex traga sentimentos negativos. E quanto a cultivar mágoa e raiva? Conversar e tentar perdoar, pra mim, ainda dá menos trabalho e tem um efeito muito mais positivo do que fazer um esforço pra apagar todos os rastros e lembranças deixados, bloquear o outro de todas as redes sociais, configurar todos os e-mails, telefones e tudo mais para que a outra pessoa passe a ser vista e recebida como se nunca tivesse existido. É mesmo possível viver com isso?!

Talvez as influências deixadas por Poliana na minha adolescência ainda sejam muito fortes em minha vida adulta, mas eu sempre vou acreditar no amor, em sua força transformadora, no potencial para mudar e melhorar que todos temos. E no direito a segundas chances. Como disse minha amiga, citando Ghandi: "Freedom is not worth having if it does not include the freedom to make mistakes". Talvez seja simplesmente esta saudade daquelas pessoas queridas e gostosas que passaram por minha vida. As que fisicamente morreram, infelizmente, não podemos mais ter de volta. Mas e quanto aos que optam por morrerem um pouco (pois não são essas pessoas parte do que nos faz gente?)? Os sorrisos, as risadas, o carinho, o humor, as afinidades, a amizade, os papos, os programas... onde ficam quando o namoro acaba e nem podemos sentar num boteco juntos?

"I promise that this will be the last time you'll see me. I won't come back. I won't put you through anything like this again. You can go on with your life without any more interference from me. It will be as if I'd never existed." (...) " Don't worry. You're human - your memory is no more than a sieve. Time heals all wounds for your kind." (Meyer, 2007:71)

(Edward breaking up with Bella, in New Moon)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Cafajeste X O Filho da Puta

Noutro dia, numa mesa de boteco, uma amiga reclamava do seu ficante para um amigo nosso. Ela dizia que o cara estava sendo canalha. O nosso amigo então soltou a pergunta: "cafajeste ou filho da puta?" E ela, claro, "como assim?!" E então nosso amigo bondosamente nos explicou a diferença.

O cafajeste é aquele cara que quer mais é te comer mesmo e não faz questão nenhuma de disfarçar. Você não só sabe das intenções dele, como sabe que ele faz isso com todas. E cabe a você resolver dar ou não. As consequências também estão muito claras: ele só vai te ligar se quiser um repeteco. Mas isso pode não acontecer se a agenda do moço estiver muito lotada. Nada pessoal, não se ofenda. É só que ele tem meio que obrigação social de garantir que todas estejam bem comidinhas, satisfeitas, com menos TPM e sorrindo no trabalho.

O filho da puta, por outro lado, é aquele que te mostra uma coisa e, na verdade, é outra. Ele vem, se faz de bom moço, vende a imagem de santo quando é o diabo. Você o conhece, se derrete, acha o cara tudo de bom, forte candidato a namorado algumas vezes. E adivinha? Ele também só quer te comer! O problema, nesse caso, é que ele vai te deixar acreditando que é só você. E você corre o risco de ficar alí, fiel, mesmo que na reserva. Como você acha que ele pode ser "o cara", deixa de procurar outros. Espera o telefone tocar e tem esperanças de passar de segunda-feira pra sábado à noite.

Você já sabe que, dentre os dois, tá muito melhor com o cafajeste, certo? Ele é aquele cara que vai ter o maior potencial pra PA dos bons. Você pode falar o que quiser pra ele, inclusive pedir conselhos sobre o carinha de quem tá afins, ele não se importa. Ele até tem namorada em alguns casos. E te conta. É só caso mesmo. É com ele também que você vai se liberar em muitas coisas, vai falar palavrão, aprender novas posições, gozar feito louca, falar besteira, rir à beça, aprender sobre os homens. Sem contar que ele não vai ficar no seu pé, não vai ficar te ligando, nem te iludindo com jantares e vinhozinho. Bom, o vinhozinho pode até rolar, desde que seja mais pra te relaxar do que pra romantizar. O legal é que, quando você tá carente (leia-se horny, neste caso), você manda uma mensagem (não vai telefonar, pra não atrapalhar se ele estiver acompanhado) e, se ele puder, ele vem. Se não puder, ele te fala. Não vai inventar desculpas furadas, nem dizer "já te ligo" pra não dar notícias por uma semana.

domingo, 30 de agosto de 2009

"Every woman needs a man..."

"Every woman needs a man
Like a fish needs a bicycle"
("Trying to throw your arms around the world" - U2)

O tema da semana parece ser expectativas. O assunto teima em me rodear por toda parte: na terapia, na conversa de boteco, na experiência que uma amiga está vivendo, na minha relação de trabalho, na relação de coisas que quero fazer da vida, no relacionamento com os amigos, na reavaliação da minha idéia de parceiro ideal... não teve como fugir das expectativas. E ela não está mesmo presente o tempo todo em todo tipo de relacionamento? E não tem sido a responsável, ou a responsabilizada por, em excesso, destruir muitos deles? Quem nunca ouviu o parceiro soltar a famosa frase "mas o que você espera de mim?!"? Quem nunca disse "mas o que você esperava?!" ou "terminou porque tínhamos expectativas diferentes"?

Eu venho notando o que as pessoas dizem a respeito do que esperam de um relacionamento. Dentre várias respostas diferentes, muita gente espera encontrar o príncipe encantado, ou a princesinha pra morar no castelinho. Várias pessoas respondem "alguém que me complete", "que cuide de mim", "alguém com quem viver uma grande paixão", "alguém que me que faça rir", "alguém divertido", "um companheiro", "alguém que tenha os mesmos gostos que eu" e por aí vai.

Tem quem tenha uma lista enorme e saia por aí como quem procura um produto pronto, customizado, numa prateleira. Claro que, quando o produto não vai exatamente de encontro às expectativas, esse tipo de pessoa o usa e joga fora, o devolve no mercado ou fica tentando mudá-lo. E muita gente acaba acreditando ser mesmo um produto. Se esforça pra ter uma bela embalagem, um bom conteúdo e, ainda, ser considerado muito gostoso ou, ao menos, "comível". Investe horrores em propaganda. Espera ser levado pra casa e que a data de validade seja eterna.

Muita expectativa é sempre uma merda. Pra todo lado. Do lado de quem a gera, é foda porque a pessoa, quando não tem o que quer, fica frustrada e esperando que o outro mude. Pode achar que não é valorizada o suficiente, ou que não é correspondida. Do lado do outro, sufoca. A pessoa pode se sentir como se nunca nada fosse suficiente. Alguns reclamam que talvez precisassem de mais tempo para que as coisas acontecessem naturalmente. Outros saem correndo rapidinho por sentirem que o outro está invadindo seu espaço, querendo controlar sua liberdade. E, em muitos casos, sentem-se como tábua de salvação, muleta ou o guia de entretenimento.

Quando as expectativas nos cegam, só vemos o que queremos e do que precisamos. Não conseguimos ver o outro como ele realmente é. Não conseguimos ver o que ele quer, o que sente de verdade e o que pode realmente nos oferecer. E também não conseguimos ver que cada um de nós deve ser uma pessoa inteira, suficiente, que não precisa de "cara-metade" pra ser completo, pra começar a ser feliz. Podemos ter nossos objetivos, planos para o fim de semana, encontros com amigos, almoços de família, afazeres e interesses, independentemente de estarmos com alguém para nos fazer compania ou até mesmo para que certas coisas se concretizem. A gente não pode esperar que uma pessoa vá chegar pra transformar nossa vidinha sem sal num conto de fadas. Nem que, quando encontra alguém legal, vá fazer tudo junto o tempo todo.

Diferentemente do que prega Saint-Exupéry, ninguém mais, nos cativando ou não, é responsável por nós e pela nossa felicidade do que nós mesmos. Olha só o peso que uma responsabilidade dessas tem! - a gente mal já dá conta da própria, imagine carregar o outro?! E, por falar em carregar, eu estava no boteco conversando com um menino interessantíssimo e ele mencionou um episódio, ilustrando um papo sobre o mesmo assunto, que me fez pensar. Disse que quando vai fazer trekking com a namorada, ele não acha que tem que dar a mão para ela poder superar os obstáculos. Segundo ele, fazer isso seria chamá-la de incapaz. Ele fica por perto e, quando vê, ela já até o ultrapassou. Ainda assim, ele continua achando legal beijar a sua mão e dizer que está orgulhoso dela quando chegam no final.

Precisar de outra pessoa realmente é uma coisa complicada! Terminei de ler o segundo livro da saga Twilight (Crepúsculo), o New Moon, em que a mocinha toma um pé na bunda e sofre feito uma condenada. Como se o sofrimento dela, descrito em detalhes, não fosse suficiente pra fazer com que a maioria das pessoas achasse esse o livro mais chato dos quatro, ela ainda cita Romeu e Julieta o tempo todo. Ok, Romeu e Julieta pode ser uma estória linda e romântica, mas precisa mesmo preferir morrer a viver sem o outro?!

Relações baseadas na necessidade costumam ser desequilibradas. Muito mais fácil seria estar com o outro porque a gente quer, não porque precisa. Porque gosta da pessoa e não do que ela nos proporciona.

"I am not your rolling wheels,
I am the highway.
I am not your carpet ride,
I am the sky.
I am not your blowing wind,
I am the lightning.
I am not your autumn moon,
I am the night."
("I am the highway" - Audioslave)



terça-feira, 25 de agosto de 2009

"Tá comendo?..."

Antigamente eu tinha uma frase poderosa que traduzia uma de minhas crenças: "Tá comendo? Alguém tá!". Queria dizer que, se um cara tá embaçando pra te comer; se ele tá comendo meia-boca; se a frequência tá muito aquém da desejada; se ele tem frescura com certas coisas ou, como dizia uma amiga minha,"tem nojinho"; se ele tá te rejeitando; se broxou ou broxa frequentemente (Siiim, se isso acontece!) e numa infinidade de outras situações, sempre teria um fiel candidato a te ajudar a ser infiel. Sempre teria uma alma caridosa que simplesmente would... do the job - de blow job ao whole deal.

Pois, de uns tempos pra cá, eu venho observando o tipo de cara que se prestaria ao tal trabalho. Obviamente, a gente tem aqueles dias em que simplesmente conclui "não vai prestar!", liga o foda-se, liga prô dito-cujo e cruza os dedos pra ter a tal boa foda. Mas, se o cara não presta, vale a pena?! Percebo, cada vez mais, mais e mais meninas optando por ficarem sozinhas e, acredite ou não, na seca! Isso ainda me parece uma idéia meio difícil de ser concebida, mas tem vezes em que realmente vale mais a pena.

Tem também os casos em que simplesmente nos faltam os casos. Você passa por uma fase mais "sossegada" - seja ela de recuperação, de contemplação, de purificação - que, geralmente, vem regada a uma certa inapetência (Credo! Isso soa horrrível!!!).

"Sossego" optado ou forçado, quando você se dá conta, tá sem nem um P.A.zinho pra dar conta. (E aí? Sai à caça ou senta e espera o príncipe?)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Primeira vez

Aquele cara super bacana que você vem paquerando há décadas finalmente te convida pra sair pela primeira vez. Ou ainda: aquele cara "mó" gostoso da academia te convida pra sair pela primeira vez. Ou então: aquele cara que nunca te deu bola antes de repente... te convida pra sair pela primeira vez. Ou: você vai pra aquele conhecido encontro de amigos, alguém resolve levar um desconhecido interessante, vocês trocam telefones e ele te chama pra sair. Ou: você sobe no salto num dia em que está super cansada, vai pra balada mesmo assim, conhece um Deus grego, rola um magnetismo, depois uma eletricidade, uma puta química... Independente da ocasião, todas essas situações têm algo em comum: a tal da primeira vez. A sua primeira vez pode ter sido há décadas, mas uma primeira vez com um carinha novo é sempre uma primeira vez.


As mulheres costumam (nem que seja por meros 5 segundos) pensar no quanto esperar para que ela aconteça. Muitas ainda se sentem nervosas ou inseguras. Muitas vezes, essa primeira vez tem muito da fatídica primeiríssima vez, em que as pessoas nem sabem direito o que fazer, ou estão nervosas demais pra aproveitar, ou falta sintonia, intimidade, prática. Muitas vezes, a expectativa é frustrada. Muitas vezes, o tempo que se espera pode significar um rumo diferente na relação. Mas pode mesmo? Ou nós, meninas, é que ainda achamos que podemos ter controle sobre isso, enquanto nos descabelamos tentando decidir o quanto esperar?


Uns dizem que a gente nunca, jamais, deve "dar" num primeiro encontro. Outros dizem que no segundo tudo bem. Tem quem prefira esperar até um terceiro. Algumas tentam levar o cara em banho-maria por uma, duas semanas, até sacarem qual a intenção do moço. Tem menina que acha que, se esperar, ele vai respeitá-la mais, vai se apegar. Tem quem prefira esperar porque pense que é mais gostoso criar um suspense, um clima... ou uma certa intimidade primeiro. Mas quem nunca teve uma noite fantástica com aquele desconhecido pra lá de gostoso que se conheceu na mesma noite? Já pensou em tudo o que sairia perdendo se você resolvesse esperar ele ligar pra um segundo encontro, minha filha? E quem, por outro lado, não esperou até lá pelo terceiro, quarto encontro ou quarta semana, pra deixar rolar e depois ficar plantada ao lado do telefone esperando o telefonema que então nunca mais rolou?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Impotência

Este não é mais um post sobre sexo, no qual o assunto abordado seria aquela famosa situação do "isso nunca me aconteceu antes". Podem relaxar, por hora. Mas podem aguardar esse outro post que um dia ele vem.

Em tempos de "letting go", ando me desfazendo de coisas materiais, como ritual de passagem, para ver se tudo isso é incorporado como um hábito e eu passo a acumular menos coisas que não me servem, passo a gastar menos dinheiro e energia, deixo mais espaço livre e dou uma arejada. Claro que tudo isso faz parte de um intenso treinamento para me fortalecer e deixar outras coisas, tais como sentimentos, lembranças e pessoas irem também.

Eis que nesse meio tempo, na terça feira, mais especificamente, eu estou voltando do trabalho e vejo um assalto. Dois caras a pé partiram pra cima de uma moça, também a pé, e, enquanto um provavelmente mostrava-lhe uma arma por baixo da jaqueta, o outro a cobria de pontapés. Eu não estava muito longe deles, esperando meu ônibus. Tinha visto três motos da polícia saírem do mesmo posto de gasolina pelo qual a moça passou, e por onde eu também tinha passado minutos antes, e os dois caras saírem de lá logo depois dela. Eles meio que corriam e paravam, eu vi que tinha algo estranho. Pensei que estivessem brincando um com o outro. Ou que os dois fossem brigar, sei lá. Não que fossem assaltar a moça. Muito menos agredí-la fisicamente daquela forma! Bem, eu acho que se tratava de um assalto, né? Plena Avenida Santo Amaro, 10 horas da noite, um monte de gente passando de carro, um taxista no posto olhando, um cara do meu lado no ponto de ônibus também vendo tudo... e ninguém faz absolutamente nada! Meu ônibus chegou bem na hora, eu entrei e liguei para a polícia. Uns 10 minutos depois é que passou uma viatura. E algumas horas depois eles me ligaram pra dizer que não encontraram nada, nem ninguém (Claro que não!).

Ao contar a história pra alguns amigos, um deles me aconselhou a não tomar isso pra mim como se tivesse acontecido comigo. Ok, eu concordo com isso. Também concordo com ele quando disse que o medo nos distrai a atenção e me lembro claramente do mentor de um treinamento que fiz dizendo que o medo nos paraliza. Não é minha intenção deixar que ele tome essas proporções. A gente tem que continuar vivendo, mora numa cidade grande, essas coisas acontecem, se mantivermos pensamento positivo e boa faixa vibratória, a tendência é atrairmos coisas boas pra nós.

Mas esse meu amigo também me disse que uma cidade como São Paulo não é para mentes sensíveis. Embora ele tenha dito que a maneira como interpretei isso fosse um mal-entendido, eu entendi como se eu é que fosse a errada em me sensibilizar com o ocorrido. Fiquei me sentindo como se eu é que tivesse que pedir desculpas, além de tudo. Minha sensação de impotência aumentou. Como não me sensibilizar, ao menos, já que se tratava de uma mulher e não havia necessidade de tanta agressão? Como não ficar apavorada, se eu passo pelo mesmo lugar todas as noites, no mesmo horário? Como não me sentir impotente sabendo que nada pode ser feito pra punir, nem evitar tais situações?

Ser mulher nessas horas não ajuda muito. Também nisso levamos desvantagem. E eu volto a me perguntar se vale a pena esse negócio de ficarmos fazendo tanto esforço pra termos direitos iguais, sendo que somos sempre as vítimas em ocasiões como essa. Sexo frágil, sim! Como negar? Aliás, sexo muito mais forte em uma infinidade de coisas (nem vou entrar nos detalhes de depilação, parto, jornada dupla, maternidade e tudo mais!), mas ainda presa muito fácil. Tem horas em que eu simplesmente me canso de bancar a Mulher Maravilha. Todas nós precisamos, sim, de um Superman pra nos salvar de vez em quando. O meu não veio exatamente numa capa vermelha, mas fiquei feliz ao ver que ele estava lá. E me orgulhei muito de mim mesma por ter sido capaz de admitir que estava amedrontada e frágil e ter tido força pra simplesmente pedir ajuda.

Há três dias eu durmo muito mal e sonho com coisas relacionadas. Sonhei várias vezes que eu era assaltada. Levavam minha câmera fotográfica; meu xodó, que é meu celular novo; meu iPod... e eu os via separar meus cartões de crédito, naquela atitude de ladrão seguro de si e de que nada vai lhes acontecer.

Percebi que uma coisa é a gente identificar que está pronto pra deixar certas coisas irem e, espontaneamente, resolvermos dá-las a outra pessoa. Outra coisa muito diferente é as coisas de que gostamos tanto e que fazem a nossa felicidade nos serem tomadas bruscamente, quando não estamos preparados para deixá-las ir.

"Medo de tudo, medo do nada
Medo da vida, assim engatilhada..."

terça-feira, 21 de julho de 2009

Fast-finishers and latecomers

Já que a minha identidade não é mais tão secreta assim entre os leitores, a maioria deve saber que sou professora de inglês. E muitos devem saber também o quanto ando me descabelando com um tal de ICELT - um curso para uma certificação na minha área. Perdida entre as aulas, os livros, os assignments e toda aquela terminologia, tem dias em que não sobra muito tempo e, surpreendentemente, nem tesão! Com o curso, a gente desenvolve um senso crítico em relação às nossas aulas e, automaticamente, entra num processo reflexivo depois de uma aula dada. E quem nunca se pegou refletindo após "uma bem dada"?

Em aula, uma das coisas à qual temos que prestar atenção para se ter uma aula redondinha, é o timing. Por exemplo, o professor deve estar preparado e ter um plano B para quando dá uma atividade e um aluno termina mais cedo do que o esperado. Esses são conhecidos como "fast-finishers". Outra coisa que um bom professor deve ser capaz de fazer é saber lidar com atrasos de maneira eficaz. Os alunos atrasadinhos são denominados "latecomers".

E não é que a terminologia também pode se aplicar perfeitamente ao sexo?! Também aqui, se o objetivo é "uma bem dada", a questão do timing pode ser um dos aspectos cruciais. Eu ainda me pergunto qual dos dois, nesse caso, seria o mais frustrante para uma mulher: fast-finishers ou latecomers?

Estão os dois lá, morrendo de tesão, a coisa vai rolando, começam a rolar, tá bom, você vê que vem um orgasmo promissor a caminho e... oops! Mas, hein?! E a pobre da moça muuuuitas vezes fica a ver navios.

Em algum outro canto da cidade, outro casal começa a se pegar, vai pra cama, a coisa vai rolando... a menina dá graças a Deus por o cara ser todo dedicado, goza loucamente e várias vezes, acha legal a criatividade do sujeito e eles mudam de posição aqui, alí, de novo, mais uma vez e... "Caramba, mas que gás!" "Talvez eu precise parar de faltar na academia!" "E aí, amigo?" "Ok, agora tá começando a doer, ficar desconfortável..." "Putz, e se ele quiser uma segunda, terceira, depois?!"

Numa aula, o responsável por lidar bem com o timing é o professor. Tem que ter a aula preparada e as cartas nas mangas para saber lidar com cada caso, de caso pensado. No sexo, embora muito também dependa da mulher, os caras é que geralmente teriam que se conhecer e tentar gerenciar o timing da melhor maneira possível, para que todo mundo fique feliz no final. Obviamente, com o tempo e o hábito, o timing vai sendo ajustado às preferências e necessidades do casal. Mas não custa nada, por exemplo, o cara, sabendo que é um fast-finisher, passar um tempo a mais no warm-up, se dedicando à menina. Quanto ao latecomer, não sei muito bem o que pode ser feito. Tem casos em que ele simplesmente não sabe que a parceira já está mais do que feliz e continua segurando sua onda. Noutros, há mesmo uma dificuldade em gozar. Talvez seja o caso de se ter um feedback moment. Se for feito affectively, sem pretensões de soar como professor, pode ser muito effective. E, em muitos casos, reduz bastante o affective filter.

domingo, 21 de junho de 2009

When he just... won´t - part 2

Eu citei alguns exemplos de "when he just... won´t". O pior de todos, talvez, ou simplesmente tão ruim quanto, embora num contexto diferente, ficou cuidadosamente deixado de lado. Mas ele ficou reclamando por ter sido ignorado. E voltou com tudo: "when he just won´t... come back"!

A menina num dia sai de casa um pouco mais arrumada do que de costume, pra ir trabalhar, simplesmente porque é uma véspera de feriado e tem uma esperançazinha de convencer suas amigas a irem botecar com ela depois do seu horário de trabalho anti-social. Depois de algumas divergências quanto ao que querem fazer e ela já ter se conformado com o fato de ir parar num lugar super legal, porém pra jantar sozinha, alguma liga de última hora dizendo que topa seu convite. A amiga se junta à menina e solta um "Ah! Um amigo meu que mora aqui perto vem também!". Ok. O carinha chega, a menina olha pra cara dele, nada demais, começam a conversar, ela o acha um pouco convencido, mas um tanto quanto sarcástico e divertido. De repente, a conversa fica mais centralizada. Daí, a amiga recebe um telefonema do PA e diz que tem que ir, deixando os outros dois sozinhos e desconcertados. Bem articulados que são, engatam logo um papo legal. Ele, estrategicamente, sugere trocarem telefones para os casos de ela não ter compania, uma vez que está recém separado, recém mudado para a região e tudo mais. E ela acaba convidando o moço pra um café... e lhes "arranjam" um cinema, depois vem aniversário do amigo, beijo... e o tal vira namorado. E tudo o que ela sempre tinha sonhado.

Mas nós meninas fomos educadas a sonharmos demais, a nascermos com a expectativa de crescermos, conhecermos o príncipe encantado, nos casarmos lindamente, irmos morar no castelinho e termos filhinhos, sermos eternamente protegidas e amadas pelo príncipe que nunca fica feio e nunca nos abandona, o amor nunca acaba e seremos felizes para sempre. E a gente fica fazendo um esforço excomunal pra ser a mais bonita e a mais perfeita das princesas, simplesmente para ser a escolhida. E, quando somos, fazemos um esforço maior ainda para mantermos tudo isso sempre perfeitinho. E, como também fomos educadas para sermos mães, confundimos as coisas e passamos a querer cuidar do príncipe, numa tentativa mal disfarçada de mostrar-lhe como é que queremos que ele faça conosco. E o pobre do príncipe começa a se sentir sufocado com todo esse conto de fadas mantido a muito esforço, muita expectativa, muitos castelos construídos no ar... e vai se sentindo meio sem ar. Vai perdendo as chances de se expressar. Os dois deixam de mostrar quem verdadeiramente são e o que verdadeiramente sentem um pelo outro. E vem a sensação de que não nos encaixamos naquele contexto, de que nunca nada será suficiente, de que o outro não nos merece por não reconhecer e nem retribuir todo o esforço, por não nos enxergar como realmente somos.

O fim da estória você já sabe. Não tem conto de fadas que resista a uma realidade cheia de tanta expectativa e cobrança. Príncipe moderno, esperto que é, já sabe que neste mundo de hoje, depois de se ter queimado o tal sutiã, é cada um por si. Sabe também que aquele lance de a mulher ter sido criada a partir da costela de Adão para que ele a protegesse é papo da Igreja para tentar nos impor determinadas convenções que muito lhe convêm. Ou onde ficaria a idéia tradicional do casamento, não é?

E as personagens dos contos de fadas modernos, sutiã queimado, não sabem mais ao certo quais os seus papéis. Cada um por si deveria significar que já somos felizes e suficientes sozinhos, que temos nossa independência e equilíbrios financeiro, emocional e afetivo e que a outra pessoa entra em nossa vida para somar. Cada um por si deveria significar que a gente tem jeito, gostos, metas um pouco diferentes, mas com alguma coisa em comum. E que começa, então, a traçar algumas metas juntos. Deveria ser cada um responsável por um pilar que ergue o castelo e por segurá-lo firme. Deveria significar esforço e dedicação semelhantes na construção do relacionamento. Respeito, admiração, amor... mútuos e equilibrados. Dito assim, parece óbvio e simples. Mas simplesmente não conseguimos, sabe-se lá por quê.

Muita energia gasta com tanto esforço, muitas horas de terapia e reflexão depois do castelinho ter ruído, muitas tentativas de reaver tudo o que perdeu, de convencer o príncipe a lhe dar outra chance, muito tempo sozinha sentindo falta dele, muito mais esforço para não procurá-lo, muitos sapos no caminho, muita boa vontade na tentativa de mudar e se encaixar nos novos padrões, muita ficha que cai... A gente pode conseguir perceber tudo isso, consertar muita coisa, mudar muito ao prestar atenção aos erros e aprender com eles. Pode entender que não precisa de um príncipe pra ser feliz. Mas a gente pode continuar querendo um homem ao nosso lado. E pode não deixar de querer o mesmo homem. E a ficha mais difícil de cair é aquela que nos mostra que justamente quando a gente estaria pronta para viver esse relacionamento mais saudável e mereceria mais do que nunca uma segunda chance, é quando ele tem a absoluta certeza de que simplesmente... não quer voltar.

"É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará
Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
That's it
There is no way
It's over,
Good luck
I have nothing left to say
It's only words
And what l feel
Won't change

Everything you want to give me
It´s too much
It's heavy
There is no peace
All you want from me
Isn't real
Expectations

Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais

Mesmo, se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais
Now even if you hold yourself
I want you to get cured
From this person
Who has poisoned you
There is a disconnection
See through this point of view
There are so many special people in the world
So many special people in the world, in the world
All you want
All you want

Tudo o que quer me dar /Everything you want to give me
É demais / It's too much
É pesado / It's heavy
Não há paz / There is no peace
Tudo o que quer de mim / All you want from me
Irreais/ isn't real
Expectativas / Expectations
Desleais

Now we're
Falling into the night
Um bom encontro é de dois"

(Vanessa da Mata e Ben Harper - "Boa sorte/Good luck")

quarta-feira, 10 de junho de 2009

When he just... won´t!

Hoje eu vim falar daquelas situações em que o jantar tá na mesa, baita peixão, e o cara... manda embrulhar! Há pouco tempo, comecei a me dar conta da quantidade de amigas reclamando da mesma coisa, mesmo que em contextos diferentes:

1) a menina tem um casinho com o cara há algum tempo, os dois se encontram depois de umas semanas, saem pra jantar, rola bom papo, clima no ar, tudo muito bom, ele a leva pra casa e... nada.
P.S: ela é linda, morena, sorrisão, cabelo brilhante, inteligentíssima, corpão.

2) a menina namorou um cara por uns 5 ou 6 anos, os dois chegaram até a cogitar morarem juntos, mudarem de país pra ficarem juntos, já dormiram juntos, viajaram juntos e... nada. Nunca!
P.S: ela é linda, cheia de vida, divertidaça, sorrisão, cabelão, corpão, tem brasilidade, aposto que uma pegada imperdível...

3) a menina namorou o cara por uns meses, brigaram, se reencontraram depois de uns anos, treparam, brigaram de novo, se reencontraram outros anos depois, se perdoaram, saíram, jantaram, papearam, saíram de novo, falaram de sexo a noite toda e do quanto era bom pra caralho, ela não se conteve, agarrou o cara e... nada.
P.S.: ela também é linda, gente boa e... uma grande conhecida minha.

4) a menina tava saindo com um carinha bacanérrimo, gatinho, divertido, que acabou virando uma ótima surpresa na cama. Os dois estavam numas de exclusivos, mesmo sem terem falado no assunto, se vendo sempre que possível, se falando todo dia... e isso foi rolando por umas semanas. Até que começam a pintar convites pra aniversários, reuniões na casa dos amigos, almoços de domingo... e fica aquela situação "chamo-não-chamo?"; ou a mulherada continua caindo na balada e a menina junto, os carinhas chegando... e ela, sem saber direito qual o seu status e até onde vai a "ética", chega pro carinha e pergunta se eles estão namorando. Resposta rápida demais: "não". Um tanto quanto mais floreadinha, mas não tão convincente. Uns meses se passam e passam um fim de semana fantástico. A mocinha, então, resolve arriscar: "se eu quisesse, assim, namorar você... você toparia?" A resposta dessa vez demora um tiquinho mais, vem cheia de explicações do quanto tá sem tempo, envolvido no trabalho e blá, blá, blá. Quando tudo se resume a... "não"! A menina resolve dar um basta e partir pra outros. Ele aparece no dia seguinte com carona, convite pra jantar, dormir de conchinha e tudo mais que possa derretê-la no dia "obscenamente" frio que estava fazendo. Daí viaja com a família no dia dos namorados e fica incomunicável.
P.S.: ela também é linda, gente boa e... uma grande conhecida minha.

5) a menina reencontra um amigo muuuuito querido de adolescência. Após saídas pra andar de bike, muitas risadas, lembranças boas e confissões de adolescentes, pinta um clima. Resolvem namorar. Passam o fim de semana juntos, muitos beijos, a coisa esquenta, ela acha que vão partir para o gol e... ele tira o time de campo. E o mesmo filme se passa por alguns outros fins de semana. E nenhuma palavra dita sobre o assunto, nem o famoso "isso nunca me aconteceu antes!". Ela termina com ele e ele... just won´t... talk to her (ever again) (either!).
P.S.: ela também é linda, gente boa e... uma grande conhecida minha.

6) a menina enquanto morava na Irlanda namorou um irlandês. Dormiu ao lado dele, ficou nua na frente dele e... nada.
P.S.: ela é linda, simpática, é a maior gostosa e até eu queria comer! Juro que não tinha nada a ver com pena.

7) a menina nota um gatinho na academia. Pergunta dele pra recepcionista, manda bilhetinho. Sem resposta. A recepcionista joga lenha na fogueira, ela escreve mais ousadamente: dá seu MSN. Depois de uns dias, ele a adiciona e bate um papo rápido. Êba! Até trocam telefones uns dias depois. Convite pra um café. Sem resposta. A recepcionista só então diz que ele fez uma cara "meio assim" quando ela perguntou se ele tinha namorada. O tal do Orkut dizia solteiro. Ele passa, então, a só ser visto offline.
P.S.: ela também é linda, gente boa, uma grande conhecida minha e eu a como de vez em quando.

Então eu fiquei pensando e repensando. E bebendo a isso tudo. E consultei a literatura (Behrendt and Tuccillo, 2004). E acho que concordo com o Greg e a Liz. É por isso que, especificamente hoje, às vésperas do dia dos namorados e na véspera de um feriado prolongado, eu espero meu vôo pra bem longe daqui na compania de um francês gostoso, só meu, que vai me satisfazer a noite inteirinha exatamente como eu previa e que, como não poderia deixar de ser, tem o sobrenome Pinot Noir.


Referências:

• Behrendt, Greg and Tuccillo, Liz. Ele simplesmente não está a fim de você. Rocco, 2004.
(Título original em inglês: "He´s not that into you"... Inspiração para o filme que infelizmente traduziram diferentemente do título do livro em português...) (Rings a bell? Eu espero que, para o seu bem, você saiba exatamente do que estou falando. Caso contrário, vá já comprar o livro!!!)
• Aquele cara gato no supermercado, todo prestativo, cercado das quatro filhinhas lindas, que me recomendou o francês e o argentino. (Paizãaao!!!)

domingo, 31 de maio de 2009

Paulão e eu - parte 2

Pois eu disse que o Paulão acabaria fazendo fãs por aqui! Estamos muito contentes com as visitas, os comentários e a receptividade.

Pras fãs, tenho uma notícia boa e uma "ruim". A "ruim" primeiro: ele acabou de me dizer que está namorando! Bem, vejamos pelo lado positivo: assim talvez ele se beneficie da intimidade e do "fazer amor" e resolva nos contar mais detalhes sórdidos (hehehe!). A notícia boa é que aqui vai a segunda parte daquela conversa que tivemos. Falamos sobre Ponto G, sexo oral feminino (um pouco sobre masculinho também) e orgasmos múltiplos.
Enjoy!


Paulão diz: Uma dúvida...
Cacá diz: Sim?
Paulão diz: Pra um pinto bater no Ponto G ele tem que ser bem pequeno, não?!
Cacá diz: Onde você acha que fica o ponto G?
Paulão diz: Não é aquela espuminha do tamanho de uma unha (do dedo anular eu acho), que fica na parede da frente?!
Cacá diz: Pela sua descrição, parece ser o que é.
Paulão diz: Dá até uma inchadinha dependendo da situação.
Cacá diz: Caramba!
Paulão diz: Tem uma textura beeem diferente da parede lisa da vagina.
Cacá diz: Exatamente! Você é bom mesmo! Até parece que tá falando do próprio corpo, ou que leu muito a respeito, ou...
Paulão diz: Mas é isso que tem que rolar: a gente tem que se imaginar quando faz alguma coisa. Se eu fosse uma mulher (credo, não creio que tô dizendo isso!), como eu ia querer? Toque aqui, toque alí e a gente vai aprendendo com o tempo. Nunca senti bater alí. A sensibilidade no pinto é pequena pra esse tipo de tato.
Cacá diz: Bom, tem os que batam alí mais que outros.
Paulão: Só lamento. A maior dádiva que vocês tem é de sentir tudo no sexo.
Cacá diz: A gente tem muita sorte mesmo.
Paulão diz: Vocês tem milhões de pontos erógenos.
Cacá diz: Sim, temos e descobrimos mais e mais com o tempo.
Paulão diz: Uma simples lambida nas costelas já arrepia tudo.
Cacá diz: Costelas?
Paulão diz: Costelas não. Hum... 3 a 4 dedos abaixo do seio, em direção às costas, diagonal.
Cacá diz: Meu! Você sabe mesmo do que fala!!!
Paulão diz: Tenho formação científica. Aprendo com as observações, por isso que digo que não é só o bate-estaca. Da primeira vez que eu vi uma mulher arrepiar com um beijo lá, eu desacreditei! Aí gravei aquilo. "Puta que o pariu! Ou ela tava muito louca, ou realmente a costela dá tesão." Daí repetia a dose com outras e... bingo! A experiência de descobrir essas partes é muito legal. E, muito mais que descobrir as partes, é descobrir como tocá-las e quando.
Cacá diz: Verdade. E o que funciona pra uma pode não funcionar pra outra, ou até mesmo pra mesma num dia diferente.
Paulão diz: Nossa...fato! Já tive esse desapontamento. Pensar: "Agora é batada, um beijinho aqui e pimba" e nada! (feum feum feum feum feeeeeeummmmm)
Cacá diz: Você tem que levar em conta que a zona erógena mais importante está na cabeça. Literalmente. Se morarem umas minhocas na cabeça...
Paulão diz: Hum... mais ou menos. Primeiro, você tem que estar a fim. Depois... é a sequência. Se você tá com um puta tesão por um cara e ele do nada vai beijar seu umbigo, você vai dar risada. E vocês tem uma coisa muito engraçada (desculpa o comentário hehe).
Cacá diz: Ih, lá vem!
Paulão diz: Depois que gozam, parece que encostar a mão em vocês é como espetar com uma rosa.
Cacá diz: Ah, mas homem não é assim?
Paulão diz: De onde tiram tanta sensibilidade?! Vixe, de forma alguma. Pode atear fogo na gente que não muda nada. A gente fica molinho, molinho.
Cacá diz: Deixa eu ver se entendi a comparação... espetar com uma rosa?
Paulão diz: Espetar com uma coisa qualquer. A rosa me veio na cabeça por acaso.
Cacá diz: Quis dizer que a gente não quer mais nada ou que fica "facinha"?
Paulão diz: Não, me expressei mal. Quer dizer que vocês ficam por alguns segundos sensíveis a qualquer toque. Do tipo "Sai pra lá filho da puta, não rela a mão em mim!"
Cacá diz: Nem sempre. Depende.
Paulão diz: Passa um tempinho e voltam os abraços. E claro... a vontade de querer mais.
Cacá diz: Eu vou te contar um segredo, então.
Paulão diz: Hummm... manda ver!
Cacá diz: Se uma menina gozar muito forte com estímulo clitoriano, deixe o dito-cujo de lado por um tempo. É a mesma coisa que com o pênis: gozou, se tocar meio que dói, não é? Até ele recobrar o fôlego.
Paulão diz: Nem sempre. Mas a observação é válida.
Cacá diz: Enquanto isso, outros estímulos, se ela não estiver esbaforida, são bem-vindos. Muitas vezes, é insistindo um pouco que vem os múltiplos. Só que tem que variar a intensidade, senão incomoda mesmo.
Paulão diz: Já percebi isso. É como disse: a sequência. Fazer sempre a mesma coisa não rola.
Cacá diz: Pois é! Os múltiplos infelizmente não estão todos os dias no menu. Por isso, quando eles vem, eu digo que é pecado interromper.
Paulão diz: Sobre os múltiplos eu tô aprendendo ainda. Tô ainda juntando pedacinhos de acontecimentos casuais pra entender melhor como rola.
Cacá diz: Não tem muito mistério. Tem gente que acerta sempre.
Paulão diz: Claro que tem. A gente não sabe o que se passa na cabeça de vocês. Por isso que falo que é um constante aprendizado... eu ainda não acerto sempre. Alguma dica?
Cacá diz: Pensando melhor, tem mistério sim, senão todos conseguiriam proporcionar um... Essa dica é cara, mas vamos lá.
Paulão diz: Escambo? Troca de favores?!
Cacá diz: Você escreve sobre dicas para sexo oral em meninos no blog. E eu te conto como proporcionar um orgasmo múltiplo.
Paulão diz: Putz, isso é foda. Tá aí uma coisa que não é consensual! Mas beleza. Eu escrevo. O foda é que nem todos vão gostar. Por exemplo, meu caso: por obséquio, não vá com muita sede ao pote nas minhas bolas. Mas tem cara que se amarra.
Cacá diz: Então tá: sexo oral em menina é quase como beijo na boca. Pelo menos pra mim. Eu odeio língua pontuda que vai entrando sem ser convidada.
Paulão diz: Mas é claro... o clítoris tem que ter atenção especial. Não sou muito fã de entrar com a língua. Prefiro usar as mãos e a boca ao mesmo tempo.
Cacá diz: Aliás, ponta de língua, ponta de dedo... só cutucam! Não falei em entrar, falei no clitóris mesmo. Me expressei mal.
Paulão diz: Isso é relativo.
Cacá diz: Ponta da língua no clitóris dá aflição.
Paulão diz: Já vi mulheres que gostam de toque muito forte e outras que se sentem incomodadas. É como o lance das bolas.
Cacá diz: Tá, depende do estímulo. Depende de quanto tempo de estímulo. E da intensidade. Eu percebo que os múltiplos acontecem quando se passa mais tempo com menos intensidade. Algumas variações de "posição", mas sem mudanças bruscas.
Paulão diz: Parênteses.
Cacá diz: Sim?
Paulão diz: Essa é a vantagem dos dotados de pintos grandes. É muito mais fácil mudar de posições mais variadas.
Cacá diz: Eu falava de sexo oral.
Paulão diz: Calma... só um apêndice, pois é a única vantagem que eu lembrei.
Cacá diz: Múltiplos são mais fáceis com oral. (Não tenho certeza se concordo com a tal vantagem).
Paulão diz: Nunca consegui múltiplos com penetração.
Cacá diz: É difícil mesmo. Eu consegui um esses dias, por acaso, numa transa sem beijo. Não entro em detalhes. Hehehe! Bom, o que eu quis dizer com mudar de "posição" é o cara ir estimulando as "laterais" do clitóris. Quando você percebe que a menina tá se empolgando, mantém a intensidade, mas vira um tiquinho de lado, ou sobe ou desce um pouquinho. Também a mesma intensidade moderada com "pegada" funciona. Não sei explicar.
Paulão diz: Sabe sim! Hehe!
Cacá diz: A "distância" entre a boca e o resto, entende? Mesma coisa de beijo na boca.
Paulão diz: Saquei.
Cacá diz: Quando você beija meio sem "juntar", sabe? Junta, pega pra você! rsrs
Paulão diz: Hehehe, sei sim.
Cacá diz: Então, acho que é mais ou menos isso: se você "juntar" e fizer uma intensidade moderada por mais tempo pode dar certo, mesmo que não se mexa muito.
Paulão diz: Manjei. Vou testar as dicas.
Cacá diz: Pra variar um pouco, pode ficar nessa moderada e tal e, quando ela se empolgar, você aperta mais, ou aumenta a intensidade. Pode dar um orgasmo mais forte e, quando rolar um forte e ela parecer que não vai aguentar mais, você junta, muda um pouco de lado e faz mais suave, daí ela goza de novo, fatal!
Paulão diz: Se não for guilhotinado antes.
Cacá diz: É... experimente amarrá-la, ué! Pode resolver isso.
Paulão diz: Hihihi! Credo, isso bota minhoquinhas na cabeça.
Cacá diz: Assunto pra outro dia...
Paulão: Pôxa... :(

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Paulão e eu...

Pois tem gente que duvida que este blog é lido e que o assunto faz sucesso. E eu digo para os leitores que eles estão muito tímidos e tento encorajá-los a comentarem. Mas se eles não postam comentários, volta e meia rola uma conversa no MSN em que me dão feedback, ou resolvem me contar suas vidas sexuais em conversas de bar ou até mesmo "over coffee".

Tive a sorte de ter a seguinte conversa no MSN e ter permissão para publicá-la. Esta é apenas uma parte dela, ainda longa, mas vale a pena. Embora o meu amigo não se importasse em ter seu nome publicado, eu resolvi preservar sua identidade. Até porque um nome começando com Pau e terminando com ão ficou bem interessante... Estou correndo o risco de o "Paulão" ficar popular e a galera ficar pedindo pra ele fazer contribuições periódicas para o blog... (Meninas, ele está solteiro. E é um gato!)
Espero que seja bom pra você. Enjoy!

Paulão diz:
Wazzup?
Cacá diz:
What´s uuuup? E aí, meninão? Como anda a vida?
Paulão diz:
Com duas pernas, aos tropeços mas sempre ereta.
Cacá diz:
Faz parte. Alguma sacanagem nessa resposta?
Paulão diz:
Hahaha, não. Juro que não.
Cacá diz:
Desculpe, quem escreve sacanagem sou eu.
Paulão diz:
Lembrei do elo perdido que acharam ontem e a palavra ereto veio na minha cabeça. Te juro que não pensei no meu pinto.
Cacá diz:
Tudo bem. É que eu estava justamente escrevendo sobre isso no blog.
Paulão diz:
Pinto? Conta aí qual a crônica.
Cacá diz:
cacaentrenos.blogspot.com.
Paulão diz:
O começo (do post) não vale. Não existe silicone de pinto.
Cacá diz:
Pois é! Eu estava falando dos peitos.
Paulão diz:
Vou te contar o porque do mito do pinto pequeno. Algum homem já te falou sobre isso?!
Cacá diz:
Diga? Acho que não. Eles odeeeeeiam falar disso!
Paulão diz:
Hahaha. Eu sou sussa.
Cacá diz:
Bring it on!
Paulão diz:
Não sou nenhum jegue, mas dou conta do recado.
Cacá diz:
Muita informação. Hehe!
Paulão diz:
Muito homem não sabe fazer sexo.
Cacá diz:
Sem dúvida!
Paulão diz:
Me incluo, pois pra mim é um constante aprendizado. Mas enfim, acha que ficar cutucando as trompas é o máximo.
Cacá diz:
Tive a infelicidade de descobrir alguns exemplares! Enquanto o Ponto G é beeem mais embaixo, né?
Paulão diz:
Ah, perdoe-me pelo vocabulário, mas comentários sujos fazem parte! As analogias e metáforas explicam melhor que qualquer outra coisa.
Cacá diz:
Não ligo para o linguajar.
Paulão diz:
O ponto G é uma espuminha que muitas vezes passa a vida solitária. Tadinho, tão pequeno e fácil de achar!
Cacá diz:
Haha! Você entende do assunto, uia!!!
Paulão diz:
E a maioria dos manés passa reto, achando que o sexo gostoso é o de filmes pornô. É que nem achar que beijo bom é o de novela, sem língua... bleh!
Cacá diz:
Exatamente!
Paulão diz:
Ninguém ensina a fazer sexo. Nem os parceiros... é vergonhoso!
"Ai, como vou falar pra ela que ela parece uma boneca inflável?!", " Já sei, vou empurrar pra lá e melhora!" - E não melhora.
Cacá diz:
Pois é... parceiros deveriam ter alguma responsabilidade nisso, não é?
Paulão diz:
Cumplicidade é tudo! Mas dá um medo!!! Sabe por quê? Vem a comparação. Se alguém te falar que você manda mal, você vai lembrar do outro. E o outro achava que você mandava bem. Ou pelo menos fingia isso. E por aí vai. Acho o máximo a simples frase "Ai, faz assim que é mais gostoso!" Opa... fechado. O cliente tem sempre razão!
Enfim, voltemos ao mini bingulim. Filmes sempre mostram os caras super jegues que conseguem penetração até de costas.
Cacá diz:
Hahaha!
Paulão diz:
É legal o sexo carnavalesco das telas onde até meia nove em pé da prazer. Te juro que não consigo imaginar como, mas...
E daí vem aquela premissa: "Se esses caras ganham essa puta grana comendo essas gostosas e tem essa super mangueira... eu com meu pirulitinho vou fazer o quê?! Cócegas, né?!"
Cacá diz:
Vou publicar este papo, hein?
Paulão diz:
Fica à vontade.
Enfim, mal sabem eles que são as cócegas que mudam tudo.
Cacá diz:
Bingo!
Paulão diz:
Mais vale um pirulito roliço que uma cobra mal nutrida.
Cacá diz:
Haha!
Paulão diz:
Ok, abençoados são os que tem a cobra gordinha.
Cacá diz:
Estou me matando de rir! A vizinha até abriu a porta pra ver o que tava rolando aqui.
Paulão diz:
Tá entrando na mente de um homem, minha cara! A gente funciona assim.
Fala pra mim, quantos caras você já teve que faziam um oral bem feito? Daqueles que te faziam arrepiar o mindinho do pé?!
Cacá diz:
Uns 3, talvez 4.
Paulão diz:
A maioria acha que o dedo substitui o pinto e ficam dando mãozada aleatória.
Cacá diz:
Eca!
Paulão diz:
Isso deve ser horrível!
Cacá diz:
Bom, depende... Normalmente é, mesmo.
Paulão diz:
Mãozada aleatória é uma coisa. Carinho bem colocado, com movimentos bem feitos, é outra. E é claro: sem deixar de lado o tão solitário pontinho. Aproveitarmos a maleabilidade dos dedos pra fazer o que o pinto não faz! Enfim, a maioria acha que tem 10 pintos na mão e mais um entre as pernas. Tem tanta mulher que tem o ápice do prazer sem penetração! E olha, já quase quebrei o pescoço numa dessas!
Cacá diz:
Pois é! Já escrevi sobre isso também. Não quebrar o pescoço, mas diferentes formas de orgasmo feminino das quais a maioria (inclusive das mulheres) nunca ouviu falar. Tem gente que ri da minha cara até hoje!
Paulão diz:
Enfim, o tamanho do pinto é esse fetiche comparativo. De sermos o que não dá pra ser e que é idealizado pela mídia erótica.
Falei quebrar o pescoço porque na hora H eu tava com a cabeça lá no G e quase fui guilhotinado.
Tenho a sorte e tive os prazeres mais variados de conhecer diferentes tipos de mulher e aprender com todas. Das que realmente gostavam do bate-estaca até as que me guilhotinavam. Sempre me sinto menino, porque os prazeres nunca se repetem.
Cacá diz:
É, isso é verdade. Mas com homem, de certa forma, também não.
Paulão diz:
É sempre bom. Quando dá sintonia, é sempre bom.
Cacá diz:
Não sei se entendi direito esse negócio de guilhotinar, sabe? Couldn´t really picture that...
Paulão diz:
Ok. Imagina um cara com o rosto no meio das suas pernas. Sorry, mas vou ter que detalhar... No ápice você goza, fecha as pernas e trava! E olha, é nessas horas que a gente percebe como uma mulher é forte... afff!
Cacá diz:
Hahaha! É, eu sei. Meu ex sabia exatamente quando eu fazia mais adutor na academia.
Paulão diz:
Mas tem um outro probleminha também. Nossa, tem mulher que manda muito, mas muito mal.
Cacá diz:
Como assim?
Paulão diz:
Sabe, desengonçada, mexe sem sintonia.
Cacá diz:
Aaaah, sim.
Paulão diz:
Ressonância é tudo nessas horas.
Cacá diz:
Mas se falha dum lado, pode falhar do outro também.
Paulão diz:
Claro. Existe baixa performance pra todo lado.
Ahhh... e tem o pior. Uma das coisas mais temerosas pra gente: o receio de quebrar o pinto. Nossa... isso é o ó!
Cacá diz:
Ressonância foi uma boa palavra, Sr Físico. Um químico diria química, né?
Paulão diz:
Hahaha, falo ressonância porque se você mexe pra um lado e o cara mexe pro outro fica muito zoado!
Cacá diz:
Com química e ressonância até o papai e mamãe mais básico é o máximo! Aliás, papai e mamãe com ressonância e química põe muitas outras no chinelo!
Paulão diz:
Tem que ser sincronizado. Numa boa... a melhor posição é papai e mamãe. É, anatomicamente falando, a posição que dá maior sensibilidade pros dois. E o básico frango assado também. Credo, cada nome! Hehehe!
Cacá diz:
Não posso afirmar isso com 100% de certeza...
Paulão diz:
Ah, depende do pinto também. Cada um é torto pra um lado.
Cacá diz:
É, tem isso também. Mas nunca chega a atrapalhar, né?
Paulão diz:
Não sei, só conheço o meu. Me viro com o meu torto pro lado que ele é. Não sei dizer como seria se fosse pra outro lado.
Mas enfim, pra fechar: pinto grande, pequeno, torto, reto... não importa. Se tudo começar bem e a preliminar for boa, o rala e rola começa de um jeito tão... tão... que é pau pra toda obra. Literalmente. A sintonia de um sexo bem feito supera qualquer envergadura.
Cacá diz:
Falou tudo!
Paulão diz:
E tem outro fator importantíssimo: quando tem sentimento. Aí qualquer bingolim resolve. A melhor coisa é fazer o bom e velho amor.
Cacá diz:
É... esse item anda mais difícil no mercado. Mas eu concordo com você.
Paulão diz:
Espero ter sido claro.
Cacá diz:
Foi ótimo!
Paulão diz:
Pronto, agora você tem uma opinião masculina a respeito.
Cacá diz:
U-huuuu! A tão sonhada opinião masculina guardada a sete chaves! E eu posso publicar esta conversa?
Paulão diz:
Claro, por favor. Edite como quiser e manda bala.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Tamanho é documento?

Tá, tá. Vou chutar o pau da barraca, então! Teve gente me enchendo o saco por causa da menção ao pau pequeno. Que coisa mais mala! Por que homem se preocupa tanto com isso? Vê se eu vou ficar por aí perguntando "ai, eu tenho peito pequeno?" "mas você vai gostar de mim mesmo assim?"... Ok, não é a mesma coisa. E, sim, existe silicone. E é óbvio que eu já fiz essa pergunta sobre meus peitinhos, muito embora eu os adore como Deus me deu.

Peito pequeno pode não encher um decote, ou não ficar saindo pra fora dele, mas pelo menos não cai. Pau pequeno, além de ficar fazendo carinho no Ponto G, deve ter também a mesma vantagem com relação à gravidade, certo? Não saberia dizer, não tenho pau. Tive, sim, um ex de pau pequeno e eu o achava lindo, até porque ele era pau pra toda obra e estava sempre de prontidão (acho que até enquanto dormia!).

Num almoço entre amigos gays, antes mesmo do blog, me puseram no holofote e me metralharam com perguntas tipo "tudo o que você sempre quis ouvir de uma mulher hetero e sempre teve medo de perguntar". Dentre as perguntas, lá estava ela: "tamanho é documento?" Ué?! Até gays se preocupam com isso?! Eles usaram uma frase ótima: "melhor um grande bobão ou um pequeno brincalhão?" (era isso?). Faz sentido a frase. De que adianta ter um pau enorme e não saber usá-lo direito? É óbvio que o que você vai fazer com o pau é infinitamente mais importante do que o tamanho do mesmo.

Eu sei que você, caro leitor, ainda não está satisfeito. E também sei que você, cara leitora, já sabe a resposta que estou enrolando pra dar. Não é cu doce, não. Eu chego lá! Por hora, uma vez clara a necessidade de se fazer direitinho, vamos falar no quesito conforto. Quem tem pau grande tem que ser duas, três vezes bom de cama. Tem que dar atenção especial. E se o cara for um tiquinho desajeitado, fodeu. Ou não vai foder. Dependendo de como ele chega junto, dói. Dependendo da posição, também. Dependendo da empolgação, o estrago pode ser grande. E, desculpem, paus grandes, mas desistam de tentar fazer caber tudo (na boca, por exemplo).

Sem contar que quem tem pau grande costuma ser muito auto-confiante. Exibe um sorrisinho que deixa implícita a suposta vantagem sobre os outros mortais. Daí o cara te beija e já acha que pode sair esfregando o dito-cujo em você que vai ser tiro e queda (Urgh!!!). O pau pequeno pode ficar mais tempo tentando te conquistar, prestando atenção ao que te agrada. Não vai chegar achando que traz um presente pra você (de Grego, muitas vezes, diga-se de passagem).

Tá, você já deve ter a resposta, né? "A média é o que costuma agradar"? Muito previsível! Ou pior: "ah, eu gosto do conjunto... " (bullshit!). Eu diria que a média com variações. Afinal, cada um tem personalidade própria, certo? E o que seria a média? 15 centímetros para brasileiros? E o que são 15 centímetros em termos de pau? Você já sabe que eu não levo régua pra cama, certo? Então, relaxa. Comece a se preocupar se ela te jogar na mesa numas de "quero você agora!" e a toalha for xadrez (e você achando se tratar de sexo selvagem, né, amigo?). Outra estratégia pra saber o tamanho, segundo outros amigos gays, é prestar atenção ao tamanho da mão e ao formato dos dedos. A-haaa! Essa faz sentido, não faz? (Ai! Agora, sim, os meninos vão me odiar!)

Falando em formato, há quem não se importe com o tamanho, mas não curta muito os mais fininhos, por exemplo. O bom é que tem gosto pra tudo. E não estamos falando de um pedaço de carne (aliás, lembram daquela piada infame sobre se era de carne ou de... nervos?).

Consolo ou não, tamanho não é tudo. E, citando o poeta, os feios que me perdoem, mas beleza é fundamental. Higiene e saúde também.

domingo, 17 de maio de 2009

As "mil maneiras de se fazer Neston" - lV

15) Como pude me esquecer do famoso Ponto G?!
Não, gente, não é mito. Ele existe de verdade. Dizem que fica a quatro centímetros da entrada da vagina. Não posso dizer precisamente porque nunca levei régua pra cama (tem brinquedinhos mais interessantes!). Ele fica na parede vaginal "da frente", se é que você me entende. Pra quem tem ou namora um pau pequeno, aqui vai a grande vantagem: pau pequeno costuma "bater" bem no Ponto G quando a menina está por cima. Vá variando as inclinações que você acha! Perguntar agora de que tamanho seria um pau pequeno não vale. Isso talvez seja assunto para um próximo post. Eu disse talvez!

16) Com lambidas em certas partes do corpo. Não tô falando das mencionadas anteriormente. Experimente lamber a parte interior das coxas, perto da barriga, da cintura... o corpo inteiro, se estiver na dúvida. Sei lá, vai tentando. Pode funcionar ou não, dependendo da menina. Se for suave demais, pode dar cócegas, ao invés de tesão. Não vou dizer aqui onde eu gosto, cada uma deve ser diferente. E se ela disser que não curte, esqueça e respeite.

Em tempo: preciso dizer que talvez eu tenha cometido um erro ao escrever que mulheres que não gostam de sexo oral não encontraram o cara certo. Pois eu conversava com meu ex entitulado num post anterior como "rapaz dedicado" e ele me contou de uma menina com quem saía que não o deixou chegar perto! Se ele chegou a tentar eu não fiquei sabendo. Talvez tivesse finalmente funcionado pra ela (eu só posso dizer que ela não sabia nem de longe o que estava perdendo!). Talvez o problema fosse na cabeça dela, talvez o que funcione pra uns realmente não funcione pra outros. Talvez ele tenha razão ao dizer que sexo bom não é uma questão de a pessoa ser boa ou ruim na cama, mas de se acertar ao formar determinados "pares".

quinta-feira, 14 de maio de 2009

For giving and forgetting

Um amigo meu teve "5 minutos" dia desses e resolveu doar um monte (mas um monte enoooorme!) das coisas dele. Vendeu o outro monte. Tinha uma porção de coisas novas, uma pá de coisas legais. O comentário dele foi que ele tinha que aprender a viver com menos. E que quanto mais se dava conta disso, mais sentia raiva daquele monte de coisas acumuladas. Eu não conseguia entender... Na minha cabeça, a gente doava o que tava velho, o que não servia mais. Não os CDs do Lenny Kravitz, os livros da Clarice Lispector, os filmes do Almodóvar!

Dias depois, comecei a me incomodar com a falta de espaço no meu armário. Resolvi separar umas coisinhas pra doação, seguindo o exemplo. À medida em que me dedicava a essa tarefa meio automática, eu percebia minha relação com aqueles objetos, pensava em suas histórias. Por que é difícil me desapegar daquela camiseta nunca usada que ficou horrível em mim? Ou desta blusinha que eu ainda adoro, me traz ótimas recordações, mas que não me serve mais? Então, no começo, eu separava poucas peças, com dor no coração.

A tarefa foi ficando mais mecânica, os pensamentos começaram a vagar... fui lembrando de alguns acontecimentos da semana anterior: eu estava muito feliz porque tinha ido a um show com uma amiga com quem tinha brigado feio - nós não tocamos no assunto, rimos, dançamos, nos divertimos muito e tenho certeza que ambas devem ter dormido muito bem naquela noite. Então, pra fechar a semana, acasos da Internet contribuíram para que eu reencontrasse um ex-namorado antigo, com quem as coisas também tinham acabado mal. Saímos, jantamos, conversamos, falamos das mudanças em nossas vidas, nos desculpamos e seguimos aliviados.

Tum! A ficha caiu como uma pilha inteira de roupas na minha cabeça! Comecei, daí, a tirar as roupas do armário sem dó, decididamente. Fiquei surpresa com o monte de coisas acumuladas de que eu não estava precisando. Com toda a energia estagnada envolvida nisso, todo o espaço sendo tomado por coisas com as quais eu nem me identificava e para as quais estava dando demasiada atenção. Aquelas roupas podiam estar fazendo a felicidade de quem realmente precisava.

Paralelamente, me lembrava do quanto tinha sido bom ter tido a oportunidade de me livrar da mágoa, dos sentimentos pesados, dos mal-entendidos com aquelas duas pessoas tão queridas. Em ambos os casos, eu estava abrindo um canal para que as boas energias fluíssem.

Se não precisamos acumular essas coisas em nossas vidas, por que o fazemos? O impulso que nos faz deixar ir pelo ralo nosso suado dinheirinho é o mesmo que nos leva a magoar aqueles a quem amamos, fazendo com que também vão embora. Depois, de nada adianta ficar olhando pra pilha enquanto nos culpamos por não termos força suficiente para nos livrarmos dessa "carga". O negócio é, uma vez percebido isso, colocar a mão na massa e sair distribuindo. As roupas e as desculpas.

Com o armário, a cabeça e o coração mais arejados, ficamos mais leves para seguirmos em frente. É necessário então tomar as rédeas da própria vida para controlar os tais impulsos. Os consumistas e os que nos consomem.

"I know it's tough, and you can never get enough
Of what you don't really need now... My, oh my!"

("Stuck in a moment you can´t get out of" - U2, cuidadosamente selecionada pelo Universo para tocar logo após eu ter terminado de escrever este post, obviamente!)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

As "mil maneiras de se fazer Neston" - III

Com esse negócio de falar de dor e de como livrar-se dela e blá blá blá, o foco principal do blog anda sendo deixado meio de lado. Pois então tá. Vamos deixar o drama de lado e tratar de trepar, certo?

13) o simultâneo (haja sintonia!)
14) os múltiplos!!! (aaaah, os múltiplos!)

Menino que é esperto não ousa interromper um orgasmo múltiplo. Seja porque tá com cãibra, seja porque vai gozar (segura aí...), seja porque tá entediado (duvido, vai? Tem coisa mais linda que um orgasmo múltiplo?!), porque tá com inveja... Não interrompa um desses ou você pode pegar uma TPM fora de data e potencializada!