quinta-feira, 17 de setembro de 2009

To be or not too be...autiful?

Resolvi utilizar uma das coisas mais legais dentre as vantagens da tecnologia: blogar diretamente do celular. Que outra coisa fazer enquanto estou num ônibus, além de ouvir meu iPod, ler, observar as pessoas na rua e conversar com amigos no MSN, certo? Acabei de ler um artigo na Vida Simples - uma revista bacanérrima que nos ajuda a valorizar as coisas realmente importantes da vida - e resolvi comentar um pouco sobre o artigo porque ele tem a ver com uma conversa que tive com um ex ficante, que ainda tá entalada faz uns dias.

O artigo fala sobre a supervalorização de uma beleza inatingível em campanhas publicitárias, o que contribuiria para que mulheres de beleza comum não se sentissem atraentes. Segundo o artigo, uma marca resolveu fazer uma pesquisa sobre a beleza real (imagino que tenha sido o Dove) e surpreendentemente constatou que apenas 2% das mulheres entrevistadas se consideravam bonitas e só 9% se sentiam atraentes. Fiquei chocada! Isso imediatamente me remeteu à tal conversa.

Pois eu tinha ficado com o tal cara algumas vezes há alguns meses. Não nos falávamos há um tempo e, numa conversa de MSN, caí na besteira de sugerir de nos vermos. Ele soltou um "olha, não sou a fim, não". E, dada sua sinceridade tão direta, fiz pior: resolvi perguntar o porque de não termos saído mais. E o cara então me falou que gostava de outro tipo de mulher. Obviamente, fui ficando intrigada com o lance da sinceridade, coisa muitas vezes rara num sujeito. Dei corda pra ver até onde ia, achando que eu pudesse ter alguma vantagem nisso. "É mesmo? E que tipo te atrai?" "Ah, mulher que se cuida mais: que coloca peito e tal" "... roupa, cabelo... " "Hum... não coloco peito porque gosto dos meus assim pequenos. Mas você acha que eu não cuido dos cabelos?" "Acho". E então eu fiquei realmente intrigada com isso. Mas resolvi que tal quantidade de informação e sinceridade numa conversa de tão poucas linhas já tinham me dado material suficiente pra várias sessões de terapia e vários posts no blog, conversas de boteco com a mulherada e, se eu não tivesse com a auto-estima em dia, noites de choro talvez. Agradeci o dito-cujo e liguei pra um menino mais legal pra perguntar se ele tinha a mesma impressão a meu respeito. Esse meu amigo disse que era o tipo de conversa que poderia destruir uma pessoa.

Eu pensei no assunto por uns dias. O cara nem tem tanta culpa por soar como um imbecil para alguns. Admirei sua sinceridade. Mesmo meu amigo tendo achado tratar-se simplesmente de um jeito mega cruel de dizer "simplesmente não tô a fim de você". O problema do carinha é que ele é desses que acreditam ser um produto, como já dito em outros posts (a última bolacha do pacote, pelo jeito!). Como tal, cuida muito da embalagem e acha que só isso já aumenta seu valor no mercado. Normal ele ter preferência pelas últimas tendências de vendas: as alisadas, bombadas, siliconadas, aspiradas, plastificadas.

Pois é óbvio que eu prefiro ser eu mesma e que estou entre os 2% que se acham bonitas como são e os 9% que se sentem atraentes, sexy e tudo mais que tenho direito. Porque eu tenho sim o direito de ser feliz e amada como sou. Sem deixar de me cuidar. Mas que esse cuidado vá além de uma embalagem externa. E que o conteúdo se mostre mais valioso. E valorizado, por favor.

"I am beautiful, no matter what they say
Words can't bring me down
I am beautiful in every single way
Yes, words can't bring me down, oh no
So don't you bring me down today"
(Christina Aguilera)

Falando em real beleza, dêem uma olhada nestas fotos: http://yossef.carbonmade.com/projects/2040082

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