quarta-feira, 2 de junho de 2010

BDSM

Recomendo o post da Madame Juju:

http://mulherao.wordpress.com/2010/06/02/voce-sabe-o-que-e-bdsm

segunda-feira, 31 de maio de 2010

My own reminders of ... things to do instead! - II

12) Escrever um diário. Ajuda a organizar as ideias, a ter uma melhor noção do que nos deixa bem ou do que nos põe pra baixo, a colocar planos no papel, a monitorar as promessas que fazemos pra nós mesmos, etc. E é muito legal ler o que se escreveu depois de um tempo e ver que tudo passa. E que nos transformamos pra melhor.

13) Escrever um blog. Dividir certas impressões com as pessoas e ter seu feedback pode ser muito interessante. Quem sabe há um(a) escritor(a) talentoso(a) em você?

14) Reabrir aquela caixa/gaveta de lembrancinhas e cartinhas do seu primeiro (segundo, terceiro...) amor. Aquele que você guarda num lugar especial, que continha ternura e inocência.

15) Lembre-se de você provavelmente sabe como é ser amado e respeitado. Não aceite nem dê menos que isso.

16) Faça terapia. Com um profissional bem preparado com quem você se identifique, pode ter ótimos resultados!

17) Retome contato com amigos e parentes que não vê há um tempo.

18) Retorne mais ligações, aceite mais convites, responda todos os seus e-mails em dia.

19) Ligue para as pessoas em seus aniversários, ao invés de mandar e-mail ou mensagens pelo celular ou pelas redes sociais. Bater um papo pode renovar suas energias. E pode pintar um convite pra festa.

20) Aceite mais convites pra festas, pra reuniões, pra baladas, etc. Mesmo quando estiver com preguiça, tome um bom banho, arrume-se e saia de casa. Pode ser que, no começo, tenha que "se obrigar" a fazê-lo. Mas vale a pena socializar.

21) Organize mais reuniões e festinhas. Chame os amigos pra almoçar/jantar. Se não souber cozinhar, vale fazer um lanchinho, um queijo e vinho, pedir uma pizza... E deixe os amigos à vontade pra levar alguém. Quem sabe aparece uma boa surpresa? A casa não comporta muita gente? Alugue o salão do prédio, peça uma chácara ou casa de praia emprestada, faça um churras com vídeo-game, karaokê, um campeonato de Perfil/War/Imagem e Ação/Jogo da Verdade...

22) Marque mais Happy Hours com a turma.

domingo, 30 de maio de 2010

My own reminders of ... things to do instead!

Aqui vai uma versão mais generalizada que a minha lista (leia o post anterior).

A minha eram umas folhas de papel colocadas numa parede. Eu mantinha por perto umas canetas coloridas e, cada vez que tinha uma ideia, eu ia lá anotar. Ficava num lugar visível da casa. Era um pouco embaraçoso quando vinha visita, mas daí o pessoal também tinha chance de colocar as dicas deles e a lista crescia.

A ideia é postar aos poucos, pois a lista é longa. Assim vocês tem chance de ir colocando em prática aos poucos. ;-)

1) Pras meninas: praticar dança do ventre. A auto-estima aumenta na hora. Você sai da aula se sentindo sexy e poderosa, além de dar boas risadas de si mesma tentando acertar os passos. Prôs meninos: Vá ao Khan El Khalili http://www.khanelkhalili.com.br/frame.htm assistir uma apresentação de dança do ventre e babar um pouco naquelas gostosas enquanto reza pra sua próxima namorada saber fazer pelo menos metade daquilo tudo.

2) Vá à academia. O corpinho agradece (aquele biquíni caindo melhor no verão, aquela barriguinha de chopp secando...); consequentemente, a auto-estima melhora e você ainda libera os chamados "happy hormones", como a endorfina, por exemplo, responsável pela sensação de prazer e bem-estar que costuma-se experimentar após um bom treino. Suar, andar na esteira, fazer movimentos repetitivos, vão te dar uma chance de ficar com seus pensamentos. Se você é do tipo que prefere aulas à musculação, vai ter chance de dar umas risadas e fazer novos amigos. Sem contar a quantidade de gente bonita e sarada que pode ser colírio para os olhos.

3) Dê uma volta num lugar movimentado. Em São Paulo, sugiro a Avenida Paulista num final de sábado ou domingo. Tome um sorvete ou café sozinho, entre numa livraria como a Fnac ou a Cultura, sente-se numa mesa de calçada num boteco e observe as pessoas à sua volta interagirem.

4) Vá ao cinema sozinho! Tem gente que acha isso a coisa mais deprê do mundo. Eu acho um tesão porque escolho o filme e o horário que eu quiser. Sua chance de escolher um filme trashy ou romântico e ninguém ficar sabendo. Ou sua chance de conhecer alguém legal pra bater papo na fila, quem sabe?

5) Praticar as respostas pras perguntas: "O que eu realmente quero pra minha vida?", "O que me faz feliz?", "O que busco nos meus relacionamentos? Isso ainda me serve?"

6) Pedir menos desculpas.

7) Parar de tentar ser perfeito.

8) Aceitar suas fraquezas e defeitos, respeitar seu tempo. E mostrar pras pessoas em sua vida que espera que elas façam o mesmo e encorajá-las para que, como você, te aceitem como você é e te amem pelo que você já é.

9) Pratique a assertividade.

10) Diga "não" mais vezes que sentir vontade.

11) Diga "sim" mais vezes que não tiver vontade.

Como ser solteiro?

De repente, não mais que de repente, o outro entra com o pé e você entra com a bunda naquele seu conto de fadas que parecia que não teria final feliz, simplesmente porque nunca teria fim. E agora?! O que fazer quando chorar não te servir mais? Cortar os pulsos? Dar um tiro na cabeça? Tomar todos os anti-depressivos da cartela de uma só vez? É claro que não, né?

É óbvio que, nos momentos em que o sofrimento parece não ter fim e parece ser muito maior do que se pode suportar, várias bobagens nos passam pela cabeça. Inclusive achar que nunca mais nos apaixonaremos de novo, que não merecemos viver algo legal e ser feliz, que não existe ninguém tão lindo/legal/bom de cama/divertido/inteligente, etc do que o outro que simplesmente não nos quer mais. A boa notícia é que, se você respirar fundo e deixar a vontade de se suicidar passar, vai viver pra ver que a dor também passa. E que viver vale muito a pena, com ou sem o amor da sua vida. Ou até mesmo sem um amor em sua vida. Além do mais, tem uma hora em que a gente se cansa de chorar e aciona um mecanismo de auto-defesa, um instinto de sobrevivência que fala mais alto e nos traz de volta a energia necessária pra superar e recuperar a auto-estima (espera-se, certo?).

Nessa semana vi uma frase no Facebook de uma amiga que vem bem a calhar:

"Don't be afraid of shadows. They just mean there's a light shining somewhere near."
(Traduz mais ou menos assim: "Não tenha medo das sombras. Elas só significam que há uma luz brilhando em algum lugar próximo.")

Nessa semana eu também conheci o amigo de uma amiga, que acabou de se separar. Acabamos ficando amigos e, no meio de uma conversa em que tentava animá-lo, de brincadeira, eu disse que ele poderia começar por fazer uma lista das coisas que gostaria de fazer por ele mesmo. E daí eu me lembrei de uma lista que eu mesma fiz, quando tinha acabado de terminar meu namoro, entitulada: "My own reminders of ... things to do ISTEAD" (Meus próprios lembretes de ... coisas a fazer ao invés de...). Parei no 107, na época. Nela eu adicionava tudo o que eu fazia que me dava prazer ou tudo o que eu poderia fazer ao invés de ligar prô cara, ao invés de chorar até secar, ao invés de arquitetar o melhor jeito de morrer (credo!). E vim aqui meio que dividir a lista com quem possa interessar. Seja você solteiro ou não, é uma lista das coisas que te dão prazer. Uma lista das coisas que nunca deveríamos deixar de fazer por nós mesmos. Uma lista de celebração à vida. Uma lista que pode te salvar nos dias de tédio, de amigos ocupados, de namorado(a)/esposo(a) viajando/trabalhando... Eu digo "meio que dividir" porque algumas coisas só serviam pra mim, já que a ideia é personalizar pra fazer mais sentido.

Façam seus comentários e contribuições para que a lista cresça, por favor. Espero que aproveitem!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Fala... que eu te chupo! - III

Madame Juju escreveu belamente sobre sexo virtual noutro dia. E passou no meu post anterior pra recomendar-me uma boa dose. Coincidentemente, era exatamente o que eu acabara de fazer ao passar por aqui pra dar uma espiadinha. Se foi bom pra mim? Não!

Não entra direito na minha cabeça ter que me contentar com o virtual, não! Sou mais a carne e osso. Aliás, um tiquinho mais de carne, se possível. Uns músculos, talvez. Gordurinha de leve. Uma barriguinha daquelas de encaixar na lombar na hora de fazer conchinha. Mãos pelo meu corpo, beijo na boca, pernas se enroscando nas minhas, respiração no meu pescoço, sussurros, gemidos, cheiro, gosto, calor, pele, barba rala roçando nas coxas... ui!

Aliás, se é pra dispensar todas essas coisas boas acima que só um homem pode fazer por você - ok, algumas delas algumas mulheres também e aposto que muitas vezes melhor que muito homem, mas isso é assunto pra outro post! - euzinha prefiro ficar com euzinha mesmo! Nada que uma solo session não resolva. Numa boa? Resolve NADA!!! Atiça, isso sim! Mas ainda acho melhor que ficar na frente de um PC sem saber se está soando ridícula; se a conversa está sendo gravada para a posteridade; se tem mais alguém lendo, seja no mesmo momento, seja por e-mail no dia seguinte.

E o que faz, então, aquela pessoa que trepa e chupa divinamente dispensar um bom rala e rola e vir pra frente do PC te escrever deliciosas bobagens, estando a poucos quarteirões de sua casa, e não vir bater na sua porta? Acho muito desperdício de potencial! E de energia. Vou dizer que nesse caso nem atiça, rola uma frustração que chega a ser quase broxante. Fala, fala... e chupar, que é bom, nada!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Thanks. But no, thanks!

Quando eu morei fora sempre achei essa frase interessante. Americano tem um jeito engraçado de dizer não. Eles começam como quem vai aceitar, daí quando você tá ficando felizinho, então eles dizem NÃO! Dizem que é pra ser educado, pra não magoar. A frase me veio à tona porque tô numa fase de aprender a dizer não. E, cá entre nós, a palavrinha tem três letrinhas e ainda assim dá um trabalho pra pronunciar, viu?!

Quem daí consegue dizer não pra aqueles convites de festas, às quais não quer ir, sem ficar com peso na consciência? E, quando vai pra uma festa, diz não para o bolo de chocolate ou as caipirinhas que te oferecem? E quanto àquela pessoa que você acha que não tem nada a ver contigo e vive te chamando pra sair? Diz não para aquele par de sapatos lindos na vitrine? Finge que nem viu aquele chocolate suíço trancado no armário em dias de TPM? Fala não pro chefe quando ele te pede pra fazer hora extra? Pros amigos que chamam pra balada num dia em que você quer ficar com um filminho? Pro almoço com a tia solteira no dia em que sua turma vai fazer a maior farra? Tá lá no maior amasso com aquele gostosão que acabou de conhecer, ele insistindo pra rolar, você preferiria embrulhar... dá ou desce?

Cá estou eu: buscando economizar mais, tentando levar a dieta mais a sério e perder 8 quilos, fazendo mais reuniõezinhas caseiras com amigos do que me acabando nas baladas, almejando um relacionamento estável ao invés de "one-night stands" e PAs. E é claro que nada disso é fácil. Você fica de boa com a dieta até vir aquela sua aluna atenciosa com uma barra de chocolate suíço ao chegar de viagem. Falta de educação recusar o presente depois de ela ter lembrado de você no Free Shop! Traz o suíço pra casa e o deixa de castigo no armário. Tenta abstrair-se. Vem a TPM com tudo, bem numa segunda-feira nublada, em que você já acorda atrasada pro trabalho. Você come uns moranguinhos e finge que é a mesma coisa, certo?

E aquela sexta à noite em que seu PA liga, todo cheio de amor pra dar, e você tá sem programa, num puta frio... você fica sozinha com o tal filminho e sua taça de vinho? Noutro cenário, é sabadão e suas amigas dizem ser noite de Luluzinha na sua balada favorita. Você, que anda rasgando lençol com a unha, doida pra dar uns beijos, na seca há uns meses, vai ficar tentando se convencer de que está se guardando pra coisa melhor?

É, eu tenho praticado bastante o "não" ultimamente. Por enquanto, o resultado que eu tenho visto são muitas sextas-feiras com minha taça, muitos filmes, muitos livros, muitos novos amigos, muitas boas risadas... mas muitos dias sem beijar na boca, sem uma boa trepada. E muita vontade de comer chocolate. E vontade do não começar a virar sim. "Sim, estou namorando!" quando você liga pra casa e seus pais perguntam "como tá o coração?"; "sim, já tenho programa pra hoje, mas quem sabe numa próxima?"; "sim, você emagreceu um quilo nessa semana, parabéns!"; "sim, ele te achou a maior gata!".

Vontade, vontade. MUITA!

P.S.: Agora vou ler o post sobre o mesmo tema no http://www.contracorrenteza.com/2010/05/nao.html. Espia lá que esse blog é bem legal!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Apelo

Lembram do gordinho do ônibus? Vou confessar que peguei o ônibus mais duas vezes na esperança de encontrá-lo. Nada. Ontem sentei ao lado de um cara com um "mãozão" que eu não conseguia parar de olhar, mas não tinha o mesmo charme do gordinho. Tá aí! Quem mandou ser preconceituosa sob efeito de uma reunião dos Vigilantes?

Sim, voltei pra tentar me redimir. Que babaquice minha foi aquela de dizer que "gordinhos podem até ser sexy"?! Que fique bem claro que isso quis dizer o mesmo que magras nem sempre o são e que magreza não é sinônimo de beleza. Eu tenho uma amiga que virou modelo Full-Figured. Ela é lindíssima, sexy, transborda charme e simpatia. E tem outra amiga minha também cheinha que tem um cabelão, um sorrisão, uns pernões e eu acho linda. Eu as comeria! (Nem vou dizer que comeria se fosse homem, entendam como quiserem!)

Tem gente linda magra, gorda, loira, morena, ruiva, branca, negra... o bonito é a diversidade. Não é discurso politicamente correto, eu acredito nisso. Uma pessoa pode estar com o peso de acordo com os padrões impostos, o corte de cabelo em dia, as unhas feitas, uma roupa bacana... pode ser linda e ainda assim não ser atraente. Por vários motivos diferentes: ou porque não bateu com o seu santo, ou porque ela não é simpática, ou não está numa fase boa (já reparou que quando estamos felizes ficamos mais bonitos?).

Resumindo: o que te faz feliz? Se você está em paz com seus quilinhos, é o que importa. Se te atraem os quilinhos alheios, só você e a outra pessoa tem a ver com isso, não importa o que os outros vão pensar se não te virem desfilando com o Brad Pitt.

Cá entre nós? Ainda tenho esperanças de reencontrar o gordinho do ônibus. Aposto que ele é bom de cama!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Aceita-me como sou e não te aceitarei como és

Hoje peguei um ônibus diferente do de todo dia, pra devolver um filme na locadora. Tô lá e entra um carinha e nossos olhares se cruzam. E eu o achei o maior gatinho, mantive o olhar uns segundos. Ele fez o mesmo. Fiquei meio sem graça, meio felizinha. Quando fui olhar de novo, ele ia passar na catraca. E daí eu vi: ele estava bem fora de forma. Dei uma broxada. O moço então ficou perto de mim, em pé. E virou-se pra me olhar (pode ler encarar, mais precisamente). Tinha olhos azuis. E barba. AMO barba! Um rosto realmente bonito. Fiquei imaginando o sorriso, a cantada... se era um cara bacana, o que fazia. E voltei a me lembrar que ele era gordinho.

Como mulher é mesmo maluca, mal vê um cara de quem ela nem sabe se gosta e já vai se imaginando namorando, casando e tendo filhinhos com o dito-cujo. Pausa: não poderia ser simplesmente indo pro motel e trepando divinamente, apenas?! - Quero nascer homem e bem puto na próxima encarnação! - Lá estava eu me imaginando namorando o moço. Não bastava a reciprocidade, de quem falava meu novo autor de blog favorito, http://www.contracorrenteza.com/2010/04/homem-so-quer-uma-coisa.html, ater-se simplesmente ao fato de ter trocado olhares com um mocinho interessante? Eis que eu então flagro meu pensamento antes que ele fugisse de mim mesma de tanta vergonha de ter existido. E eu me vi dizendo pra mim mesma que não valeria a pena começar algo com alguém que eu já iria querer mudar logo de cara.

Então voltemos a outro episódio do dia: rendida ao fato de estar com apenas dois pares de jeans para trabalhar (é, eu sou sortuda e trabalho de jeans!), fui ontem às compras. É, ontem às compras. HOJE, aos Vigilantes do Peso! Mal conseguia acreditar que tinha engordado dez quilos em apenas um ano!

É foda quando a gente percebe que passou tanto tempo olhando pra outro, bisbilhotando o que o outro fazia da vida pelo Facebook e outros meios, e acabou se esquecendo de olhar pra si mesma. Nesse tempo, eu pensava que poderia me entupir de todos os episódios de indulgências alimentares e que, se alguém novo surgisse em minha vida, me aceitaria como eu fosse. Seria tão especial e cheio de superpoderes que seria capaz de me enxergar além da minha capa de gordura. É mais que óbvio que dizia isso pra mim mesma lutando contra lembranças de tempos mais felizes de bundinha empinada e barriguinha riscada.

Ah, peraí! Então quem entrasse em minha vida teria que me aceitar como eu fosse, quilinhos a mais ou não. Mas eu posso achar que o gatinho do ônibus não tinha a menor chance?! Oops. "Faça o que eu digo e não o que eu faço", certo?

O fato é que todo mundo sonha demais, idealiza demais. E também é fato que um gordinho ou uma gordinha podem ser sexy, inteligentes, simpaticíssimos, não menos atraentes e sensuais. Mas um corpo bem cuidado sempre será um corpo bem cuidado. E todo mundo quer estar com alguém que se cuida. Pensando melhor, é mais ou menos como no caso do cineasta: num caso ou noutro, existe alguma falta de equilíbrio. Estar com a casa imunda ou com uns quilinhos a mais demonstram que algo te foge do controle, num mundo em que cada vez mais nos é cobrado conseguir administrar bem a própria vida, a vida alheia, os relacionamentos, o trabalho, a família, os amigos, as redes sociais, o blog, a leitura, a academia, a alimentação, a cuca...

sábado, 1 de maio de 2010

O Cineasta

Ela vai pra tal festa que a amiga apelidou de "queijos, vinhos e novos amigos". A ideia era que cada uma levasse um amigo solteiro que achasse bacana, pra apresentar pras amigas. "Taí! Pode ser um jeito legal de fazer amizades e, quem sabe, conhecer algum carinha interessante!", pensa. Se tem expectativas? Honestamente, por mais que tente bancar a mulher independente e tranquila, claro que tem! São quase dois anos sem namorar e, depois que resolveu ser mais seletiva e menos baladeira, nem se lembra de quem foi o último cara que acordou do seu lado e deu bom dia. "Triste isso!", conclui.

Munida de seu amigo solteiro no melhor estilo partidão e de um visual moderninho, lá vai ela. A mulherada parece não ter entendido direito a proposta da festa e metade aparece sem o tal novo amigo. "Pôxa! Que pena...", constata. Dentre os poucos presentes, o saldo era praticamente negativo: um instrutor de ioga inrustido, um comprometido, um coração recentemente partido... e um tipo meio moderno, barbinha rala, que vem puxar papo e não vai nunca mais.

_ "O que você faz?"
_ "Sou cineasta."

"Huuum... vamos ver qual é a sua.", diz pra si mesma.

Dia seguinte começa com cara de preguiça, almoço de domingo atualização de fofoca com a amiga. Mas antes uma passadinha pelo Facebook pra saber o que tá rolando na vida dos outros. Paralisada, ela lê e relê:

"XXX is in a relationship"

"Oh!" "Ouch!"

E o telefone toca e a amiga a resgata para o almoço. Papo vai, vem... e o tal carinha liga e combinam um jantar. Ela tem a leve impressão de possivelmente estar cometendo um erro e de o moço às vezes parecer muito self-absorbed e full of himself. "Ah, deve ser empolgação passageira de quem tá querendo impressionar. Isso passa!" E repete pra si mesma: "Não custa (me) dar uma chance".

Sendo cineasta, motivo a mais pra vir com aquele papinho de "vamos ver um filme lá em casa?". "Já vi esse filme antes! Daí vai querer me mostrar seu longa... ou curta. E vai que eu não curta?!" "Ok, talvez um pouco de privacidade não nos faça mal... e ele não me parece o tipo que não saberia diferenciar entre sinal verde ou vermelho."

Depois de andar pelas ruas nada hospitaleiras de um bairro nada convidativo no centro da cidade, enquanto se perguntava porque não estavam num táxi, chegam ao apartamento do moço. Prédio antigo. Já o apartamento... Ela olha ao redor: paredes cinza quase escuro, meio descascando. Batentes brancos encardidos, sofás, mouse pad e tudo mais: idem. Piso de madeira antigo, que tinha sido bonito um dia. No momento, tinha aquela coloração escura nas bordas, como numa mistura de poeira com gordura, típico de quem não via uma boa vassoura e pano de chão há quase tantas décadas quanto o apartamento em si deveria ter.

Senta-se pra recuperar-se do choque. Respira fundo, imaginando o quarto, a cama. Lembra-se que está com vontade de ir ao banheiro. E arrepende-se de ter pedido. Olha para o vaso que um dia foi branco. Pergunta-se se o marrom que hoje apresenta seria a ferrugem do encanamento ou falta de ser esfregado devida e periodicamente. Dá descarga e a válvula lhe dá um banho. Ao tentar lavar as mãos, constata que falta água e sobram pelos, talvez da barba aparada, sabe-se lá quando, na tal da pia. E então transborda, finalmente. O choro vem em bicas, inunda. "Loser!!!" "Where am I?!" What am I doing here?!" "What have I put myself into?!", celular em punho, chamando o rádio-táxi.

Enquanto pensava no filme que nunca veria e no cineasta que nunca teria uma carreira promissora em sua vida, em sua cabeça passava as melhores cenas do começo de um filme bastante conhecido, frequentemente reprisado. Seu filme um dia favorito, que agora deveria sair de vez de cartaz.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Pote

Todo mundo quer encontrar o pote de ouro no fim do arco-íris, certo? Muita gente com quem eu tenho conversado, pelo menos. Uns reclamam que nunca nem veem arco-íris, outros que os arco-íris até existem, mas nunca tem pote no final. Tem os que não se cansam de procurar, tem os sortudos que já acharam o seu, tem quem ache pote pesado demais e não consiga carregar... o fato é que achar o pote certo não é pra qualquer um.

Muitas vezes estamos distraídos com outras coisas, passamos do lado de potes em potencial e nem os notamos. Não é preciso uma busca incessante, mas sim um olhar atento. É preciso estar alerta e preparado, sem, no entanto, fazer disso uma caça ao ouro. Também não poderia deixar de mencionar aqueles casos em que o pote reluz de longe e, quando você finalmente chega perto, não é ouro! Tá cheio de tesouros falsos por aí!

Mas e quando você encontra uma hipótese que muito te agrada e, enquanto ainda hipoteticamente falando, vai-se com muita sede ao pote? O que poderia ser um encontro em potencial acaba perdendo o brilho. Quando a gente encontra um pote cheio dos tesouros mais variados, não mergulha de cabeça. Tanto ouro pode ofuscar! Mais legal é gastar a fortuna moedinha por moedinha e encontrar umas jóias raras no caminho.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Fala que eu te... chupo! - II

No post anterior, eu disse que, se não foi bom pra você, não foi bom pra nenhum dos dois. Pois eu quero corrigir o que eu disse: se não foi bom pra você, não é bom pra ninguém! Quer coisa pior que mulher "mal-comida"?! Imagine, então, se ainda calha de ser na TPM?! Ninguém merece ter que conviver com isso, muito menos a pobre coitada! Existe muito homem mal-comido também, viu?! Acho justo começar a usar a expressão no masculino também. Sabe esses sujeitos grosseirões e mal-humorados? Aposto que são mal-comidos!

Todo mundo fica feliz depois de uma bela trepada, não fica? Pele reluzente, sorriso estampado na cara, um poço de educação e gentileza... uns chegam a cantarolar e a sorrir pra estranhos na rua (eu, por exemplo!). A gente rende mais no trabalho, os problemas ficam petiticos, vê poesia em tudo, faz caretas pras crianças no caminho, passa a mão nos cachorros alheios (é, eu, pelo menos!).

Vamos combinar uma coisa: numa próxima, não deixe pra pensar se foi bom pra você. Faça com que seja! Enquanto estiver rolando, faça tudo com tesão, dê o melhor de si, dedique-se a fazer o outro feliz. E dê umas dicas se tá bom. Não precisa ser nada didático (isso pode ser broxante). Se você não faz o estilo falar altas sacanagens (o que também pode ser broxante quando exagerado), uns suspiros, uns gemidos, um aperto mais forte, uma puxada de cabelo, um "assim!" sussurrado ao pé do ouvido podem dar o recado.

É verdade, falar o que tá bom é mais fácil do que mostrar quando não tá. O que fazer se a pessoa estiver errando feio? Eu, pelo menos, não me ofendo com dicas sutis e carinhosas do tipo: segura assim, mexe assado, mais isso ou mais aquilo...

Todo mundo quer acertar e ser feliz, não é? E isso envolve fazer o outro feliz também. Pra felicidade geral da nação!

quinta-feira, 18 de março de 2010

"Tá sozinha porque quer!"

_ Tá sozinha porque quer!
_ Não, é porque falta espaço!

Ao mudar meu status de relacionamento em um site famoso de redes sociais dia desses, a reação de surpresa dos meus amigos me intrigou. Nada mais era do que assumir publicamente a minha condição de solteira, que tem sido a mesma há uns dois anos. Um dos meus amigos até comentou: "tá sozinha porque quer!". Sim, muita gente fica solteira por opção, claro! Tem vários aspectos muito bons em ser solteiro. Eu nem vou entrar nos detalhes, pois vocês devem ter a listinha de prontidão para os momentos de pé na bunda, certo? Posso publicar a minha noutro momento, caso precisem. Mas temos aqueles momentos em que gostaríamos de estar num relacionamento bacana com alguém. E é muito frustrante perceber que não se pode fazer muita coisa pra mudar de status nessas horas porque isso é uma daquelas coisas que não dependem de você e pronto.

Tem muuuuuitos conhecidos meus dizendo que querem namorar. A grande maioria é mulher, talvez porque a maioria da população seja feminina mesmo. Há uma outra grande quantidade de gays masculinos, mas também tem vários homens querendo um relacionamento. "Onde?! Onde?!" Pois é... essa é a questão! Amigas minhas (e eu também, claro!) já tentaram de tudo: baladas, trabalho, sites de relacionamento, cursos, amigos em comum, viagens, bares... e continuam lindas, saradas, inteligentes, bem-sucedias no trabalho, independentes, divertidas e... sozinhas!

E eu conversava com a (pobre da) minha terapeuta noutro dia e ela me disse que eu estava mandando a mensagem errada quando saía pras baladas. Fiquei pensando no comentário e passei umas duas semanas analisando a sugestão dela: "volte a fazer seus jantares entre amigos em casa". Ok, isso é legal, mas o que tem a ver com eu conhecer um namorado em potencial?! Meus amigos são os mesmos de sempre, a maioria namora...

Você deve estar se perguntando o que o "falta de espaço" no diálogo inicial tem a ver, não é? Tem gente que tá sozinha porque falta espaço na agenda: trabalha demais ou sai demais. Outros porque falta espaço no coração: ainda estão curando as dores de um pé na bunda. Tem também quem esteja só porque o espaço reservado pras próprias neuras seja gigante. Já vi quem estivesse sozinho porque o espaço reservado pra família tomava o lugar de um relacionamento. E por aí vai... Mas em São Paulo muita gente está sozinha porque falta espaço em seu apartamento mesmo! Pra dividí-lo com alguém, em muitos casos, mas o ponto aqui é quando você não pode receber os amigos e os amigos dos amigos em casa pra uma festa porque mora num cubículo!

Numa cidade como São Paulo, nos vemos nos privando do churrasquinho, do jantarzinho, da sessão de filme com pipoca, da cervejada, do violãozinho, do almoço de domingo, daquele joguinho de tranca, buraco, poker, War, Perfil, Rock Band, Wii, etc. porque não cabem todas as pessoas legais que você quer receber no seu apezinho de solteiro. Daí o que nos resta são os botecos, as baladas... Gastamos uma grana desnecessária muitas vezes, beijamos desconhecidos sem referências que muito provavelmente não vão nos telefonar no dia seguinte, nem na semana seguinte e, se o fizerem, geralmente é pra dar uma transadinha no melhor estilo one night stand e não aparecer nunca mais. Sim, porque quem nunca ouviu que menina ou menino de balada não é pra namorar? Quem seria, então?! "Ah, amigos de amigos é que são a melhor alternativa!" Sim, eu concordo! Mas onde?!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Fala, que eu te... chupo!

Essa frase era título de um post no blog da Pecadora noutro dia. O assunto era outro, mas me inspirou a escrever sobre este aqui. Enquanto eu pensava no meu texto, calhou de eu ler uma matéria na Vida Simples entitulada "Sexo: A Hora Da Verdade". A matéria fala sobre quantos casais ainda são insatisfeitos entre quatro paredes, mesmo depois de tanto se falar abertamente sobre sexo, da tal da liberação sexual e tantos outros recursos. Mas fala-se mesmo abertamente sobre sexo?! Você fala?

Quando digo falar abertamente, várias coisas podem te vir à cabeça, não é? Falar abertamente sobre sexo pode referir-se à capacidade de conversar com amigos e trocar figurinhas, mesmo sem necessariamente entrar nos detalhes sórdidos (se bem que entrar nos detalhes sórdidos, sem revelar com quem, de vez em quando, é tão bom!). Pode ser em relação ao quanto você tinha abertura pra discutir sexo com seus pais ou professores quando eles começaram a te explicar que a cegonha nunca existiu (meu pai sempre foi show nisso, por isso eu saí assim!). Pode ser o fato de assumir sua sexualidade, suas vontades e preferências, sejam elas quais forem. Ou ainda, falar as mais safadas sacanagens entre quatro paredes. Mas, na maioria das vezes, falar abertamente sobre sexo implica em implicar com o jeito que seu parceiro (fixo ou não) faz certas coisas que você odeia, ou elogiar o que tem de melhor. E é aí que mora o segredo da felicidade quando não se trata de ressonância, química e afins.

Muitas vezes a gente consegue dizer pelo beijo se alguém vai encaixar direito com a gente na cama, não é? Mas vai dizer que você nunca se enganou, tipo: a pessoa tinha um abraço gostoso, um beijo sensual, uma pegada de amolecer as pernas e, então, na hora H, não foi bom pra você? E, a meu ver, se não foi bom pra você, não foi bom pra nenhum dos dois! Quer coisa mais frustrante do que ver o outro frustrado?! O que você faz quando não "encaixa"? Parte pra outra? Discute a relação? Fala na hora e na lata o que tá errado e como você quer que seja? Assume o controle e faz o gênero senhor(a) e escrava(o) (huuum... é uma ideia!)? Aproveita pra dar uns toques sutis no momento conchinha?

Eu não sei o que funciona melhor pra você e pro seu parceiro ou parceira. Até porque cada pessoa pode reagir diferente nessas horas e receber o toque numa boa ou ficar constrangida. O problema é quando nunca falamos. Pior: quando fingimos! Dia desses eu li que tem um monte de caras fingindo orgasmo por aí. E então, conversando com um caso meu, falávamos de trepadas frustrantes e ele confessou que já fingiu com uma menina também:

_ E aí? Gozou?
_ Siiim! (enquanto saía disfarçadamente da cama pra tirar a camisinha vazia)

Quanto a falar, além da necessidade de ter tato pra escolher o momento e as palavras certas, eu devo dizer que tenho um bode enorme de ter que pedir certas coisas na cama. Por exemplo, lembram-se daquele meu ex que contou da ex dele que fez o favor de esclarecer que "mulher gosta é de ser chupada!"? Siiiim, nós gostamos! MUITO!!! A maioria só goza assim, é fato! Ainda mais com a quantidade de caras por aí que acha que sexo bom é ficar METENDO e não tá nem aí se tá gostoso pra você ou não, enquanto a gente costuma gostar de sexo de pertinho, movimentos mais suaves e profundos, ritmo constante. Porra, é assim que a gente goza! Não é com grandes performances acrobáticas que mais parecem aula de aeróbica e nos esfolam por uma semana!!! Então, por favor, vou dizer mais uma vez: CHUPEM-NOS! Peito, pescoço, boceta...

Agora tem uma coisa: faça porque gosta, não por obrigação. Nada feito por obrigação numa transa é legal. Outro bode que tenho é sentir que um cara tá me empurrando pra chupá-lo! Assim eu não quero, simplesmente não faço! E me corta o tesão na hora. O mesmo vale para os caras que tem nojinho e vão lá te chupar só pra não dizer que não foram. Ficam dois minutos, fazem tudo meio desajeitado, não entram de cabeça na coisa e você tem mais vontade de pedir pra ele parar logo do que pra continuar. Esse não tem jeito mesmo, nem adianta tentar dar as direções, não tem vocação e pronto! Fazer alguém gostar de sexo não chega a ser missão impossível mas, que é desgastante, isso é!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Magnetismo, Eletricidade, Química e Ressonância

Tem um post mais antigo, que vocês devem conhecer, chamado "Paulão e eu", em que meu amigo que entitulei "Paulão" e eu falamos de sexo. Como boa conversa de MSN que o texto original era, mudamos de assunto várias vezes e, numa dessas, falamos sobre química e o que ele chama de "ressonância". Acontece que o "Paulão" é físico por formação. Eu, por outro lado, nada entendo de física ou química. Quero dizer, ao menos não no que tange às matérias ensinadas na escola... Ainda assim, cada vez mais me dou conta da importância desses quatro "elementos" na paquera e no sexo. Então lá vão minhas teorias (e as do "Paulão"):

O magnetismo:
É quando, mesmo na multidão, seja no carnaval de Salvador, naquela balada apertada, num show de rock... a pessoa que aparece na sua frente e te sorri é exatamente aquela que tem tudo a ver com você (pelo menos por uma noite!), como se o Universo a tivesse levado para aquele lugar só pra te encontrar e vocês se procurassem no meio daquela gente toda. Rola um magnetismo, você não consegue tirar os olhos da pessoa, tudo te atrai pra ela.
Não tem que ser num lugar lotado. O lugar lotado foi só pra ilustrar que o magnetismo te seleciona o par perfeito mesmo no meio de um monte de outras opções. Mas ele também está em ação numa festa ou quando um amigo te apresenta alguém.
Essa companhia perfeita para o seu momento geralmente aparece quando você está conectado com o Universo e com essa energia. Não é coincidência o fato de conhecermos pessoas incríveis justamente quando menos esperamos, quando menos procuramos e estamos numa boa vibe, é magnetismo!

A eletricidade:
Rola uma tensão sexual no ar, um tesão louco, e a certeza de que vocês não precisam nem se beijar pra saber que seria uma mistura explosiva. Ficar perto da pessoa, mesmo sem tocá-la (e você tem que se controlar muito para não se jogar em cima dela!) já te deixa com um frio na barriga, as pernas bambas e tudo o que você quer fazer é sair correndo (com ela dali, claro!).
Já me peguei várias vezes batendo o maior papo com caras legais a beça e me perguntando "eu quero mesmo beijá-lo?!". Em alguns casos eu tentei esticar a história e, obviamente, fui descobrir depois que não havia mesmo química nenhuma. Tem até uma expressão em inglês que vem bem a calhar: "there was no spark!". Ao pé da letra, "spark" pode ser traduzida como faísca.
Embora tenha muitas vezes subestimado a importância da eletricidade, com o tempo percebo que algumas coisas são realmente instintivas na paquera e no sexo. E ponto.

A química:
Se você der sorte de ir parar num quarto (banheiro, escada, corredor, carro...) com a tal pessoa da eletricidade, certamente vai descobrir que há mesmo uma química absurda entre vocês. Química é aquela coisa de pele, de cheiro, de gostar do gosto do outro. Extremamente necessária na receita, embora haja quem se relacione por anos com alguém mesmo sem esse ingrediente. Na minha opinião, no entanto, como sei-lá-quem já dizia: "sem tesão, não há solução!"

A ressonância:
A ressonância, aprendi com meu amigo Paulão, é quando você vai pra cama com alguém (ou simplesmente quando desliza pelo salão numa dança, ou passeia de moto, ou beija na boca) e não precisam dizer nada, mas estão em perfeita sintonia. Tipo quando você está transando e pensa "ele(a) poderia segurar aqui, beijar alí..." e nem precisa pedir. Um conduz, o outro se deixa levar. Seus movimentos são sentidos e complementados, seus desejos realizados. Um perfeitamente conectado ao outro, como um.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Are you game or just playing games?

Depois do último tombo, obviamente, vieram algumas reflexões. Percebida a minha parcela de responsabilidade na história, decidi que tentar novas táticas, embora talvez difíceis de se colocar em prática, muito provavelmente não me fariam mal. Trechos da conversa com a terapeuta não me saíam da cabeça:

_ Não podemos revelar nossas intenções logo de cara.
_ Mas isso é fazer joguinhos! Odeio fazer joguinhos! Sou sincera, gosto que sejam sinceros comigo... Por que tenho que esconder o que eu sinto?!
_ Sim, todo mundo faz um pouco de joguinho. Jogos fazem parte do jogo!
_ Huum... Não sei.
_ Só digo que você não precisa dizer o que sente logo de cara. Espere até o relacionamento virar relacionamento. Por exemplo: se você está saindo com alguém, se está legal, isso vai caminhar naturalmente para um namoro. Espere até estar de fato com uma pessoa e saber como ela se sente até revelar o que sente.
_ É... isso talvez me fizesse bem.

Numa outra sessão, ficaram martelando outros trechos da conversa:

_ Você coloca toda a sua energia nos relacionamentos. Pegue a sua energia de volta pra você! E espere pra falar o que sente. Até porque é o tempo de VOCÊ decidir se gosta ou não da outra pessoa e se VOCÊ quer mesmo ficar com ela.
_ Putz! É mesmo!

Pensar nisso mudou completamente minha maneira de ver as coisas! É claro que, em outras épocas da minha vida, eu sabia muito bem como era, mas em algum momento ao longo do caminho, isso se perdeu. Ver que sou EU quem decide fez toda a diferença! Numa conversa com um amigo mais velho e, por vezes, um tanto quanto machista, ele me disse:

_ Vocês mulheres têm uma arma poderosíssima! Tem o poder de escolha.
_ Como assim? Sempre achei que fôssemos as escolhidas.
_ Não, nós homens não podemos disfarçar o que sentimos. Temos EREÇÃO! Se gostamos de alguém, não temos como dizer o contrário. E, se não somos a fim, esquece que não vai rolar mesmo!
_ Ha! Ha! Ha! Muito interessante esse ponto de vista. E não é que é verdade?!

Resolvi, então, que eu precisaria do meu tempo pra decidir se alguém era merecedor ou não. Desde o carinha só pra beijar na balada até o dito-cujo com aparente potencial para Mr. Right. Na hora de colocar tudo isso em prática, percebi que, quando o poder de decisão veio parar nas minhas mãos, entrei num estado meio "tolerância zero". Acabei recusando muitos convites, ficando muito na minha. Comecei a olhar meio com desconfiança ou até desprezo para os candidatos de plantão. Estranhando minha própria atitude, passei a pensar nos porquês. E a analisar os candidatos em questão.

Um deles era um casinho mais ou menos fixo de alguns meses. A gente se via mais ou menos uma vez por semana. O convite do cara era sempre algo do tipo: "posso passar aí?" Vinha, dava uma até que nem tão rapidinha, mas nem por isso de satisfação 100% garantida, vestia a roupa e dizia que tinha que ir porque ia trabalhar, passar em outro lugar, etc. Pois depois do meu "relâmpago", ao ouvir a pergunta de sempre, me soou como prestação de serviço, sabe? Pensei comigo: "tô precisando de alguma coisa?" "liguei pra algum sexo delivery?" Agradeci os serviços e dispensei-os!

Em dois outros casos, os candidatos pareciam ter intenções que iriam além do usual "delivery service". Ou, pelo menos, eu os fiz desviar do caminho de sempre. Decidi que iriam pela rota que eu traçasse: sairíamos em alguns dates e então eu veria no que iria dar. Depois de um tempo, no entanto, combinavam algo e, então, na hora H, desculpavam-se e acabava não rolando. Pensei em algumas possibilidades:

1) O meu mistério foi demais e eles ficaram inseguros, sem saber se eu realmente estava a fim;
2) Ficou difícil demais e desistiram (principalmente se a intenção era só uma transadinha);
3) Esses caras estão muito acostumados com mulheres fáceis, que dão tudo de bandeja e logo de cara, que ficam correndo atrás deles e perderam a prática de ir atrás de uma;
4) Faltou fortalecer a vontade. Tipo, se o cara realmente estivesse a fim, ele teria feito um convite concreto e feito de tudo pra que o encontro desse certo. Ele teria entrado no jogo pra tentar me conquistar, não dar a entender um "tanto faz!" (veja o livro: "Ele Simplesmente Não Está A Fim De Você!");
5) Faltou uma palavrinha mágica que minha professora de dança de salão costumava soprar no ouvido dos meninos, dizendo ser essencial na dança: ATITUDE! Será que a maioria dos homens atualmente teria que frequentar essas aulas de dança pra aprender que na vida não é diferente?!

Homens modernos não sabem mais cortejar. Não tem mais a tal da atitude! Não sabem mais convidar uma mulher para a dança, nem perceber que é nessa dança que se tem muitas oportunidades de perceber se há a tal da eletricidade, a tal da química, a tal da ressonância, como bem disse meu amigo "Paulão" em outro post. Era a chance de conversar, de sentir o cheiro, de tocar sem ultrapassar limites, de ser cavalheiro, de CONDUZIR.

"Mas, de repente, a madrugada mudou
E, certamente, aquele trem já passou
E, se passou, passou.
Daqui pra melhor... foi!
Só quero saber do que pode dar certo
Não tenho tempo a perder..."