Depois do último tombo, obviamente, vieram algumas reflexões. Percebida a minha parcela de responsabilidade na história, decidi que tentar novas táticas, embora talvez difíceis de se colocar em prática, muito provavelmente não me fariam mal. Trechos da conversa com a terapeuta não me saíam da cabeça:
_ Não podemos revelar nossas intenções logo de cara.
_ Mas isso é fazer joguinhos! Odeio fazer joguinhos! Sou sincera, gosto que sejam sinceros comigo... Por que tenho que esconder o que eu sinto?!
_ Sim, todo mundo faz um pouco de joguinho. Jogos fazem parte do jogo!
_ Huum... Não sei.
_ Só digo que você não precisa dizer o que sente logo de cara. Espere até o relacionamento virar relacionamento. Por exemplo: se você está saindo com alguém, se está legal, isso vai caminhar naturalmente para um namoro. Espere até estar de fato com uma pessoa e saber como ela se sente até revelar o que sente.
_ É... isso talvez me fizesse bem.
Numa outra sessão, ficaram martelando outros trechos da conversa:
_ Você coloca toda a sua energia nos relacionamentos. Pegue a sua energia de volta pra você! E espere pra falar o que sente. Até porque é o tempo de VOCÊ decidir se gosta ou não da outra pessoa e se VOCÊ quer mesmo ficar com ela.
_ Putz! É mesmo!
Pensar nisso mudou completamente minha maneira de ver as coisas! É claro que, em outras épocas da minha vida, eu sabia muito bem como era, mas em algum momento ao longo do caminho, isso se perdeu. Ver que sou EU quem decide fez toda a diferença! Numa conversa com um amigo mais velho e, por vezes, um tanto quanto machista, ele me disse:
_ Vocês mulheres têm uma arma poderosíssima! Tem o poder de escolha.
_ Como assim? Sempre achei que fôssemos as escolhidas.
_ Não, nós homens não podemos disfarçar o que sentimos. Temos EREÇÃO! Se gostamos de alguém, não temos como dizer o contrário. E, se não somos a fim, esquece que não vai rolar mesmo!
_ Ha! Ha! Ha! Muito interessante esse ponto de vista. E não é que é verdade?!
Resolvi, então, que eu precisaria do meu tempo pra decidir se alguém era merecedor ou não. Desde o carinha só pra beijar na balada até o dito-cujo com aparente potencial para Mr. Right. Na hora de colocar tudo isso em prática, percebi que, quando o poder de decisão veio parar nas minhas mãos, entrei num estado meio "tolerância zero". Acabei recusando muitos convites, ficando muito na minha. Comecei a olhar meio com desconfiança ou até desprezo para os candidatos de plantão. Estranhando minha própria atitude, passei a pensar nos porquês. E a analisar os candidatos em questão.
Um deles era um casinho mais ou menos fixo de alguns meses. A gente se via mais ou menos uma vez por semana. O convite do cara era sempre algo do tipo: "posso passar aí?" Vinha, dava uma até que nem tão rapidinha, mas nem por isso de satisfação 100% garantida, vestia a roupa e dizia que tinha que ir porque ia trabalhar, passar em outro lugar, etc. Pois depois do meu "relâmpago", ao ouvir a pergunta de sempre, me soou como prestação de serviço, sabe? Pensei comigo: "tô precisando de alguma coisa?" "liguei pra algum sexo delivery?" Agradeci os serviços e dispensei-os!
Em dois outros casos, os candidatos pareciam ter intenções que iriam além do usual "delivery service". Ou, pelo menos, eu os fiz desviar do caminho de sempre. Decidi que iriam pela rota que eu traçasse: sairíamos em alguns dates e então eu veria no que iria dar. Depois de um tempo, no entanto, combinavam algo e, então, na hora H, desculpavam-se e acabava não rolando. Pensei em algumas possibilidades:
1) O meu mistério foi demais e eles ficaram inseguros, sem saber se eu realmente estava a fim;
2) Ficou difícil demais e desistiram (principalmente se a intenção era só uma transadinha);
3) Esses caras estão muito acostumados com mulheres fáceis, que dão tudo de bandeja e logo de cara, que ficam correndo atrás deles e perderam a prática de ir atrás de uma;
4) Faltou fortalecer a vontade. Tipo, se o cara realmente estivesse a fim, ele teria feito um convite concreto e feito de tudo pra que o encontro desse certo. Ele teria entrado no jogo pra tentar me conquistar, não dar a entender um "tanto faz!" (veja o livro: "Ele Simplesmente Não Está A Fim De Você!");
5) Faltou uma palavrinha mágica que minha professora de dança de salão costumava soprar no ouvido dos meninos, dizendo ser essencial na dança: ATITUDE! Será que a maioria dos homens atualmente teria que frequentar essas aulas de dança pra aprender que na vida não é diferente?!
Homens modernos não sabem mais cortejar. Não tem mais a tal da atitude! Não sabem mais convidar uma mulher para a dança, nem perceber que é nessa dança que se tem muitas oportunidades de perceber se há a tal da eletricidade, a tal da química, a tal da ressonância, como bem disse meu amigo "Paulão" em outro post. Era a chance de conversar, de sentir o cheiro, de tocar sem ultrapassar limites, de ser cavalheiro, de CONDUZIR.
"Mas, de repente, a madrugada mudou
E, certamente, aquele trem já passou
E, se passou, passou.
Daqui pra melhor... foi!
Só quero saber do que pode dar certo
Não tenho tempo a perder..."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário