"Every woman needs a man
Like a fish needs a bicycle"
("Trying to throw your arms around the world" - U2)
O tema da semana parece ser expectativas. O assunto teima em me rodear por toda parte: na terapia, na conversa de boteco, na experiência que uma amiga está vivendo, na minha relação de trabalho, na relação de coisas que quero fazer da vida, no relacionamento com os amigos, na reavaliação da minha idéia de parceiro ideal... não teve como fugir das expectativas. E ela não está mesmo presente o tempo todo em todo tipo de relacionamento? E não tem sido a responsável, ou a responsabilizada por, em excesso, destruir muitos deles? Quem nunca ouviu o parceiro soltar a famosa frase "mas o que você espera de mim?!"? Quem nunca disse "mas o que você esperava?!" ou "terminou porque tínhamos expectativas diferentes"?
Eu venho notando o que as pessoas dizem a respeito do que esperam de um relacionamento. Dentre várias respostas diferentes, muita gente espera encontrar o príncipe encantado, ou a princesinha pra morar no castelinho. Várias pessoas respondem "alguém que me complete", "que cuide de mim", "alguém com quem viver uma grande paixão", "alguém que me que faça rir", "alguém divertido", "um companheiro", "alguém que tenha os mesmos gostos que eu" e por aí vai.
Tem quem tenha uma lista enorme e saia por aí como quem procura um produto pronto, customizado, numa prateleira. Claro que, quando o produto não vai exatamente de encontro às expectativas, esse tipo de pessoa o usa e joga fora, o devolve no mercado ou fica tentando mudá-lo. E muita gente acaba acreditando ser mesmo um produto. Se esforça pra ter uma bela embalagem, um bom conteúdo e, ainda, ser considerado muito gostoso ou, ao menos, "comível". Investe horrores em propaganda. Espera ser levado pra casa e que a data de validade seja eterna.
Muita expectativa é sempre uma merda. Pra todo lado. Do lado de quem a gera, é foda porque a pessoa, quando não tem o que quer, fica frustrada e esperando que o outro mude. Pode achar que não é valorizada o suficiente, ou que não é correspondida. Do lado do outro, sufoca. A pessoa pode se sentir como se nunca nada fosse suficiente. Alguns reclamam que talvez precisassem de mais tempo para que as coisas acontecessem naturalmente. Outros saem correndo rapidinho por sentirem que o outro está invadindo seu espaço, querendo controlar sua liberdade. E, em muitos casos, sentem-se como tábua de salvação, muleta ou o guia de entretenimento.
Quando as expectativas nos cegam, só vemos o que queremos e do que precisamos. Não conseguimos ver o outro como ele realmente é. Não conseguimos ver o que ele quer, o que sente de verdade e o que pode realmente nos oferecer. E também não conseguimos ver que cada um de nós deve ser uma pessoa inteira, suficiente, que não precisa de "cara-metade" pra ser completo, pra começar a ser feliz. Podemos ter nossos objetivos, planos para o fim de semana, encontros com amigos, almoços de família, afazeres e interesses, independentemente de estarmos com alguém para nos fazer compania ou até mesmo para que certas coisas se concretizem. A gente não pode esperar que uma pessoa vá chegar pra transformar nossa vidinha sem sal num conto de fadas. Nem que, quando encontra alguém legal, vá fazer tudo junto o tempo todo.
Diferentemente do que prega Saint-Exupéry, ninguém mais, nos cativando ou não, é responsável por nós e pela nossa felicidade do que nós mesmos. Olha só o peso que uma responsabilidade dessas tem! - a gente mal já dá conta da própria, imagine carregar o outro?! E, por falar em carregar, eu estava no boteco conversando com um menino interessantíssimo e ele mencionou um episódio, ilustrando um papo sobre o mesmo assunto, que me fez pensar. Disse que quando vai fazer trekking com a namorada, ele não acha que tem que dar a mão para ela poder superar os obstáculos. Segundo ele, fazer isso seria chamá-la de incapaz. Ele fica por perto e, quando vê, ela já até o ultrapassou. Ainda assim, ele continua achando legal beijar a sua mão e dizer que está orgulhoso dela quando chegam no final.
Precisar de outra pessoa realmente é uma coisa complicada! Terminei de ler o segundo livro da saga Twilight (Crepúsculo), o New Moon, em que a mocinha toma um pé na bunda e sofre feito uma condenada. Como se o sofrimento dela, descrito em detalhes, não fosse suficiente pra fazer com que a maioria das pessoas achasse esse o livro mais chato dos quatro, ela ainda cita Romeu e Julieta o tempo todo. Ok, Romeu e Julieta pode ser uma estória linda e romântica, mas precisa mesmo preferir morrer a viver sem o outro?!
Relações baseadas na necessidade costumam ser desequilibradas. Muito mais fácil seria estar com o outro porque a gente quer, não porque precisa. Porque gosta da pessoa e não do que ela nos proporciona.
"I am not your rolling wheels,
I am the highway.
I am not your carpet ride,
I am the sky.
I am not your blowing wind,
I am the lightning.
I am not your autumn moon,
I am the night."
("I am the highway" - Audioslave)
domingo, 30 de agosto de 2009
terça-feira, 25 de agosto de 2009
"Tá comendo?..."
Antigamente eu tinha uma frase poderosa que traduzia uma de minhas crenças: "Tá comendo? Alguém tá!". Queria dizer que, se um cara tá embaçando pra te comer; se ele tá comendo meia-boca; se a frequência tá muito aquém da desejada; se ele tem frescura com certas coisas ou, como dizia uma amiga minha,"tem nojinho"; se ele tá te rejeitando; se broxou ou broxa frequentemente (Siiim, se isso acontece!) e numa infinidade de outras situações, sempre teria um fiel candidato a te ajudar a ser infiel. Sempre teria uma alma caridosa que simplesmente would... do the job - de blow job ao whole deal.
Pois, de uns tempos pra cá, eu venho observando o tipo de cara que se prestaria ao tal trabalho. Obviamente, a gente tem aqueles dias em que simplesmente conclui "não vai prestar!", liga o foda-se, liga prô dito-cujo e cruza os dedos pra ter a tal boa foda. Mas, se o cara não presta, vale a pena?! Percebo, cada vez mais, mais e mais meninas optando por ficarem sozinhas e, acredite ou não, na seca! Isso ainda me parece uma idéia meio difícil de ser concebida, mas tem vezes em que realmente vale mais a pena.
Tem também os casos em que simplesmente nos faltam os casos. Você passa por uma fase mais "sossegada" - seja ela de recuperação, de contemplação, de purificação - que, geralmente, vem regada a uma certa inapetência (Credo! Isso soa horrrível!!!).
"Sossego" optado ou forçado, quando você se dá conta, tá sem nem um P.A.zinho pra dar conta. (E aí? Sai à caça ou senta e espera o príncipe?)
Pois, de uns tempos pra cá, eu venho observando o tipo de cara que se prestaria ao tal trabalho. Obviamente, a gente tem aqueles dias em que simplesmente conclui "não vai prestar!", liga o foda-se, liga prô dito-cujo e cruza os dedos pra ter a tal boa foda. Mas, se o cara não presta, vale a pena?! Percebo, cada vez mais, mais e mais meninas optando por ficarem sozinhas e, acredite ou não, na seca! Isso ainda me parece uma idéia meio difícil de ser concebida, mas tem vezes em que realmente vale mais a pena.
Tem também os casos em que simplesmente nos faltam os casos. Você passa por uma fase mais "sossegada" - seja ela de recuperação, de contemplação, de purificação - que, geralmente, vem regada a uma certa inapetência (Credo! Isso soa horrrível!!!).
"Sossego" optado ou forçado, quando você se dá conta, tá sem nem um P.A.zinho pra dar conta. (E aí? Sai à caça ou senta e espera o príncipe?)
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Primeira vez
Aquele cara super bacana que você vem paquerando há décadas finalmente te convida pra sair pela primeira vez. Ou ainda: aquele cara "mó" gostoso da academia te convida pra sair pela primeira vez. Ou então: aquele cara que nunca te deu bola antes de repente... te convida pra sair pela primeira vez. Ou: você vai pra aquele conhecido encontro de amigos, alguém resolve levar um desconhecido interessante, vocês trocam telefones e ele te chama pra sair. Ou: você sobe no salto num dia em que está super cansada, vai pra balada mesmo assim, conhece um Deus grego, rola um magnetismo, depois uma eletricidade, uma puta química... Independente da ocasião, todas essas situações têm algo em comum: a tal da primeira vez. A sua primeira vez pode ter sido há décadas, mas uma primeira vez com um carinha novo é sempre uma primeira vez.
As mulheres costumam (nem que seja por meros 5 segundos) pensar no quanto esperar para que ela aconteça. Muitas ainda se sentem nervosas ou inseguras. Muitas vezes, essa primeira vez tem muito da fatídica primeiríssima vez, em que as pessoas nem sabem direito o que fazer, ou estão nervosas demais pra aproveitar, ou falta sintonia, intimidade, prática. Muitas vezes, a expectativa é frustrada. Muitas vezes, o tempo que se espera pode significar um rumo diferente na relação. Mas pode mesmo? Ou nós, meninas, é que ainda achamos que podemos ter controle sobre isso, enquanto nos descabelamos tentando decidir o quanto esperar?
Uns dizem que a gente nunca, jamais, deve "dar" num primeiro encontro. Outros dizem que no segundo tudo bem. Tem quem prefira esperar até um terceiro. Algumas tentam levar o cara em banho-maria por uma, duas semanas, até sacarem qual a intenção do moço. Tem menina que acha que, se esperar, ele vai respeitá-la mais, vai se apegar. Tem quem prefira esperar porque pense que é mais gostoso criar um suspense, um clima... ou uma certa intimidade primeiro. Mas quem nunca teve uma noite fantástica com aquele desconhecido pra lá de gostoso que se conheceu na mesma noite? Já pensou em tudo o que sairia perdendo se você resolvesse esperar ele ligar pra um segundo encontro, minha filha? E quem, por outro lado, não esperou até lá pelo terceiro, quarto encontro ou quarta semana, pra deixar rolar e depois ficar plantada ao lado do telefone esperando o telefonema que então nunca mais rolou?
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